Todos nós conhecemos aquelas árvores grandes e belas, que elevam os seus ramos sempre mais alto e parecem fonte de esperança. Porém, depois de uma tempestade, elas estão caídas, sem vida, pois estenderam os seus ramos sem raízes na terra e sucumbiram às catástrofes da natureza.
Desta forma, devemos nos preocupar com os jovens que constroem um futuro sem raízes, como se o mundo começasse agora. É impossível uma pessoa crescer se não possui raízes fortes que a ajudem a estar firme. Compreender isto nos permite distinguir entre a alegria da juventude e um falso culto à jovialidade. Os jovens não podem permitir que usem a sua juventude para promover uma vida superficial, que confunde beleza com aparência.
O Papa Francisco sempre fala sobre a riqueza dos anos como um tesouro precioso que se forma ao longo da vida. Há beleza no trabalhador que volta para casa cansado e desalinhado, mas com a alegria de ter ganhado o pão para os seus filhos. Há beleza na comunhão da família reunida ao redor da mesa e no pão partilhado com generosidade, ainda que a mesa esteja escassa.
Há beleza na esposa mal penteada e já idosa, que continua a cuidar do seu marido doente, para além das suas forças. Há beleza na fidelidade dos casais que se amam mesmo com as dificuldades da vida, naqueles velhinhos que caminham de mãos dadas. Há beleza para além da aparência ou da estética imposta pela moda, em cada pessoa que vive com amor.
Atualmente, além das estratégias do falso culto da juventude e da aparência, muitos promovem uma espiritualidade sem Deus, uma afetividade sem comunidade nem compromisso com os que sofrem e uma série de ofertas que pretendem fazer os jovens acreditarem em um futuro paradisíaco que sempre será adiado.
Devemos incentivar para os jovens outro caminho, feito de liberdade, entusiasmo, criatividade, novos horizontes, mas, ao mesmo tempo, eles devem cultivar as raízes que nutrem e sustentam.
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