Coruja-buraqueira resgatada foto de divulgação IPEVS

Mal inaugurou seu Centro de Solturas, São Gonçalo já deve ter o espaço elevado para um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, um patamar mais avançado. Além da libertação, recebe, trata e prepara todos os estudos e processos para a devolução ao ambiente.

“Na visita técnica os especialistas da Fauna do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) ficaram impressionados com o nosso projeto, equipamentos e logística. É que além da estrutura para libertação, preparamos toda uma base nos segmentos: educação ambiental, aumento de áreas protegidas de 4% para 19% no município. Isso, além do nosso projeto de reflorestamento, o "Floresta do Amanhã” com 81 mil mudas distribuídas pela cidade” - comemora o subsecretário municipal de Meio Ambiente, Glauco Brandão.
Florestas Vazias
A preocupação das autoridades municipais é de que as áreas verdes sofram da síndrome da Floresta Vazia. Isso ocorre quando as agressões e impactos deixam os espaços, mesmo que ainda verdes, com a fauna empobrecida.
“Esse é um problema que vem ocorrendo nas áreas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A soltura não pode ser feita de qualquer maneira. Além de ter ser um animal natural daquela região, tem que entender se atualmente a área o comporta, se podem levar ou desenvolver doenças, analisar a cadeia alimentar. É uma série de fatores que precisamos ter a responsabilidade de levar em consideração” - enumera Glauco Brandão.
No entanto, devido a estrutura montada e o andamento da documentação a estimativa é de que as primeiras libertações sejam realizada já em julho.
“ Não pode ser feita apenas por performance, sem um estudo de manejo profundo e responsável. Nossas pesquisas apontam que, atualmente, é sustentável a soltura de jibóias, corujas-buraqueiras e espécies de pássaros” - explica o subsecretário.

Hoje, os animais resgatados em São Gonçalo são levados para outros locais, esvaziando as florestas da cidade. O local mais próximo para onde eram encaminhados é o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres/Ibama), em Seropédica, a quase 90 km de São Gonçalo, que atualmente está impossibilitado de receber animais resgatados.

O novo espaço de soltura de São Gonçalo fica dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) das Estâncias de Pendotiba, a primeira pública do Estado do Rio de Janeiro.
“Ela forma um mosaico com outras APAS da Região, como as de Engenho Pequeno – criada na década de 90, a APA de Muriqui e o Corredor Ecológico do Parque Estadual da Serra da Tiririca” - explica o subsecretário.