dia do Oceanofoto de divulgação da Fundação Boticário

A implantação do "Dia do Mundial do Oceano" foi durante a Conferência Internacional que acontecia na Cidade do Rio de Janeiro. Só que nessas três décadas, muitas mudanças. A maioria, para pior. A situação é tão crítica que, no ano passado, foi decretada a "Década dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável" por iniciativa da ONU.
Ainda para focar nos problemas mais emergentes, de um tempo para cá, a cada ano o "Dia do Oceano" apresenta uma temática diferente. Desta vez, aborda a  “Revitalização”. Em 2021, foi em torno de “Vida em Subsistência", enquanto em 2020 tinha sido “Inovação Sustentável”.
Esse bioma ocupa dois terços da superfície terrestre. No entanto, é extremamente vulnerável. É sensível a uma série de impactos, entre eles: poluição, ameaças de extinção de espécies, efeitos das mudanças climáticas - que vem provocando o degelo e, consequentemente, a elevação do nível do mar.

Mar de Plástico
Estimativas apontam que aproximadamente 13 novas toneladas desse derivado do petróleo chegam aos Oceanos a cada ano, se juntando aos plásticos já presentes. Se levarmos em consideração esse aspecto acumulativo com os 400 anos para sua decomposição, temos a noção real da gravidade.
Segundo dados divulgados pela ONU, a estimativa é que em 2050 a quantidade na água supere a de peixes. Cerca de 100 mil tartarugas, mamíferos, pescados e aves marinhas morrem por ano ao confundirem com alimentos. Se não bastasse esse mar de plástico, ainda temos uma variável invisível, que só recentemente foi descoberta em sua total potencialidade: o microplástico.

Drones contra pesca predatória
Muitos animais marinhos estão em risco de extinção também por conta da pesca predatória: extração em excesso, redes de arrasto, explosivos, desrespeito aos períodos de defeso (de procriação). Os drones vem sendo usados de forma eficiente na prevenção e fiscalização. Aqui no Brasil, a aplicação dessa tecnologia ainda está em fase inicial.
 “É uma opção versátil e econômica, que pode potencialmente melhorar os estudos pesqueiros, especialmente em áreas marinhas protegidas”, ressalta Hudson Pinheiro, integrante da Associação Voz da Natureza e da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).
As primeiras experiências com esses equipamentos voadores está sendo a aplicada no monitorando da pesca da sardinha no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, em área liberada para a atividade pesqueira desde 2019, após controvérsias entre o Governo Federal e entidades ambientais.

Mutirões de Limpeza
Acontecem em vários pontos da orla do Rio de Janeiro. O maior deles é o “Aquele Abraço” que chega a segunda edição nesta quarta-feira, promovido pela ONG Route Brasil e a Recicla Orla – da administradora dos quiosques, Orla Rio. Em três anos de existência, já coletaram mais de mil toneladas de resíduos descartados nas praias cariocas.
A dinâmica do “Aquele Abraço” disponibiliza 25 pontos para concentração dos voluntários. Após a coleta, o lixo recolhido na orla será levado para separação em um posto montado na Praça do Leme.
“Esse evento é muito importante para nós, não só pela data, mas também como uma grande preparação para a RIO+30, sensibilizando todas as esferas sobre o tema”, diz João Marcello Barreto, presidente da Orla Rio.
No Parque da Prainha, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente desenvolve o Projeto Viva Mariana. Além do mutirão de recolhimento de microlixo, haverá palestras sobre descarte correto dos resíduos e visita ao estande da exposição dos projetos Cavalos Marinhos e Monitoramento. Já a mobilização de limpeza no mar do entorno da Marina da Glória, está marcada para esta quinta feira. 
Palestras
Essa quarta-feira será marcada também por palestras, como no Hotel Fairmont, em Copacabana e, durante toda a semana, na BR Marina, evento que também conta com estandes e experiências. Entre elas, a possibilidade observar uma réplica em tamanho natural da nadadeira de uma baleia jubarte. 
“Nós nascemos do mar e nossos valores sempre envolveram sustentabilidade, muito antes que o tema ganhasse relevância. Está no nosso DNA porque esse olhar precisa vir de dentro para fora nas corporações“, afirma Gabriela Marins, CEO da BR Marinas.
Corrida
A campanha “O Oceano está aqui” acontece dentro do conceito plogging, lançado na Suécia. Consiste em unir a prática esportiva a uma atividade sustentável. Desta forma, a meta do participante da corrida virtual consiste em recolher os detritos encontrados pelo caminho. Os 25 quilômetros podem ser percorridos até o final do mês em qualquer hora e local e registrados em um aplicativo.
“Medidas simples como aliar a atividade física à conservação, além de prazerosas, trabalham em favor desse objetivo. A conscientização pode ocorrer de diversas formas e acreditamos no potencial do esporte nesta empreitada. Por isso, convidamos todos a participarem desta ação conosco e para que aproveitem bons momentos ao ar livre e junto à natureza”, afirma a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes.

Em contrapartida, a Fundação Grupo Boticário irá retirar lixo de praias e manguezais, na região costeira da Grande Reserva Mata Atlântica. Trata-se de uma área equivalente a mais de 100 campos de futebol.