Para cumprir lei, empresas aumentam o recolhimento de eletrônicos usadosdivulgação GM&C

Apenas 3% do lixo eletrônico é reciclado na América Latina. O alerta chega através de uma pesquisa encomendada pela ONU. O desperdício pelo não reaproveitamento chega a  US$ 1,7 bilhão ao ano no mundo. São recursos que podem ser captados por toda uma cadeia, gerando renda para os catadores e economia para as indústrias, que deixam de comprar insumos novos, reaproveitando o material resgatado do ambiente. Desta forma, ainda retiram parte do lixo que está contaminando a natureza. Ou seja, além do desperdício financeiro, evitam que extraiam novos recursos do planeta, alguns que são finitos, ou seja, não se regeneram. 
Brasil atrasado
É o quinto maior produtor mundial de lixo eletrônico e o maior da América Latina numa lista em que a China é a campeã descartando mais de 10 milhões de toneladas por ano. A Europa é o continente mais desenvolvido no processo de recolhimento. A chamada logística reversa por lá chega a 42% enquanto a média mundial está em 17%. O Brasil tem como meta se aproximar desse índice global até 2025. 

Somente este ano o mundo deve gerar quase 60 milhões de toneladas de sucatas eletrônicas, ou seja, média de 7,8kg de desse tipo de lixo por cada habitante do planeta. 

Mineração Urbana
É comum em cidades litorâneas brasileiras pessoas aproveitando a baixa da maré para buscar metais perdidos por banhistas ou trazidos pelas correntes. De um tempo para cá, com o barateamento e venda pela internet, muitos utilizam detectores de metais para ajudar na coleta.
“Com a mineração urbana, conseguimos recuperar os mesmos metais, com a mesma qualidade, porém, com um impacto ambiental significativamente menor”, explica Henrique Mendes Mendes da empresa GM&C, especializada em logística reversa e reciclagem de equipamentos eletroeletrônicos.
Além de consumir menos energia e não demandar escavações, a mineração urbana recupera ainda o valor dos resíduos, reduzindo a quantidade de lixo e auxiliando na regeneração do meio ambiente
Reciclar eletrônicos recupera quantidades significativas de metais brutos que deixam de ser extraídos da natureza. O processo de mineração tem impacto ambiental intensivo, resultado de escavações, movimentação de grandes veículos e das etapas de beneficiamento de dezenas de toneladas de minério para extrair alguns gramas ou quilos de produtos no ponto para uso das fábricas.

Economia Circular
A chamada "economia circular" é um processo de reeducação que visa despertar as responsabilidades de governos, empresas e sociedade no processo de reciclagem e geração de renda com essa prática. 
O professor e pesquisador neste segmento, Daniel Guzzo, embaixador educacional do Movimento Circular, explica que o desafio é criar produtos e ideias sustentáveis que tenham o poder de engajar a maior parte das pessoas com a rapidez necessária.
“Chegamos a um ponto em que temos que escalar os conceitos que estamos desenvolvendo para fazer toda a jornada de inovação chegar até as grandes empresas e sair do lugar de nicho. Temos que alcançar a maioria das pessoas ou não haverá tempo suficiente para a mudança”, diz Guzzo.