Praia de Ipanema, Rio de Janeirofoto de divulgação Embratur

O turismo é um dos setores que mais avança no mundo e com grande potencial de crescimento no Rio de Janeiro e no Brasil, em geral. Além do que, se for bem gerido, pode ser uma indústria limpa e sustentável. 
O setor acaba de finalizar no Rio de Janeiro um documento traçando um Raio X. São tabulados problemas, potencialidades, sugestões e reivindicações. O dossiê será entregue, na semana que vem, ao presidente eleito, Lula da Silva. Os representantes do trade articulam politicamente como será a entrega desse protocolo de intenções e de que forma será feita a aproximação e articulação entre o segmento e a nova gestão do Brasil. 
Novo Governo Lula
O secretário de Turismo do estado do Rio, considerado o portão de entrada do estrangeiro no país, ressalta a necessidade da manutenção e do fortalecimento estratégico do segmento dentro da máquina administrativa federal.
“Manter o Ministério do Turismo é o primeiro passo para que esta atividade econômica atinja sua maturidade institucional. Não podemos perder espaço e os avanços já conquistados”, destaca Sávio Neves.
Entidades ligadas ao setor reiteram, no Rio, a preocupação com políticas públicas eficientes e a importância de um nome técnico e com experiência específica para liderar a área de turismo no novo governo".
Para a presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos é estratégica a colaboração e estreitamento entre a nova gestão e o setor já agora na fase de transferência de poder.
"Acreditamos muito na potência gerada com a União entres as iniciativas público e privada e, por isso, reunimos entidades e empresários de eventos e de turismo, que compõem o trade nacional, para elaborarmos esta carta. Queremos colaborar com propostas ainda nesse período de transição do governo", defende Fatima Facuri.
O dossiê que será entregue a Lula ressalta ainda: “A complexidade e importância do turismo já não permitem o seu tratamento como área temática de menor relevância, sendo importante um Ministério com dotação orçamentária e estrutura exclusivas. O conhecimento técnico e a experiência específica de quem liderará a área de turismo no governo serão decisivos para o foco na implementação de políticas públicas e ações inovadoras que envolvem União, estados e municípios e a mobilização da iniciativa privada”.
Carta do Turismo
O documento traz diretrizes e pleitos. Foi elaborado e finalizado pelas principais entidades e empresas representativas do trade reunidas durante o Rio Innovation Week, maior encontro de tecnologia da América Latina realizado no Píer Mauá, no centro do Rio de Janeiro.
A carta destaca também que “o turismo é uma força consolidada na economia brasileira, com mais de R$ 670 bilhões em PIB (7,7% do PIB brasileiro) e a sustentação de 7,5 milhões de empregos diretos e indiretos. No entanto, ainda se desenvolve em um nível muito aquém de seu potencial” - avaliam os representantes do setor.
Restruturação do setor
O documento setorial alerta ainda ao presidente eleito para a necessidade de maior estruturação do turismo interno, assim como um programa eficiente para atrair visitantes estrangeiros.
“Permanecemos com alguns desafios sistêmicos, como a necessidade de um programa de crédito mais atrativo para o setor, promoção nacional e internacional em escala competitiva, a estruturação de nossos destinos e o reequilíbrio em nossas contas internacionais do turismo: hoje os brasileiros continuam a gastar em turismo no exterior muito mais do que nós recebemos de turistas internacionais no Brasil”, destaca a carta.
Máquina Pública no Turismo
Além do ministério, a administração federal conta com as Secretarias Nacionais de Políticas do Turismo e a de Programas de Desenvolvimento do Turismo. Sob o guarda-chuva da União tem ainda a Embratur. A Empresa Brasileira de Turismo foi criada em 1952 por Decreto-Lei. Após várias reestruturações administrativas, concentra-se na promoção, marketing e divulgação no exterior. Na gestão atual, foi sendo transformada de autarquia para Agência Social Autônoma.
O turismo ainda interage direta e indiretamente através da máquina pública com o que restou da Infraero (administradora de aeroportos) e Agência Nacional de Aviação, a Anac (reguladora do setor).
Entidades representativas
Mais de 20 entidades assinam o texto que será entregue a Lula, dentre elas: a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA Brasil), Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Federação Nacional de Turismo (Fenactur) e Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc).