Faz parte do processo original de uma universidade, o intercâmbio e a retribuição à sociedade, através ações, programas, pesquisas acadêmicas – sociais e científicas - além de avanços tecnológicos. Com o aumento da mercantilização do ensino, essa contrapartida, muitas vezes em troca de redução de tributos, foi sendo negligenciada, ficando esse papel mais a cargo das instituições públicas. No entanto, o quadro atual não tira o brilho de iniciativas louváveis de instituições e educadores, para melhorar as trocas de experiências e a qualidade do ensino-aprendizado.
Papel das Instituições Privadas As faculdades privadas também produzem uma vasta gama de conteúdos e pesquisas que não podem ficar isolados ou guardados em suas bibliotecas e arquivos. É preciso interagir com a sociedade. E essa troca é benéfica não somente para a sociedade mas também para a academia, como numa via de mão dupla.
Um dos exemplos, é o projeto “Ponte Comunidade para a Universidade”. Ele chega à terceira edição, levando alunos do Ensino Médio de escolas públicas do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense para dentro da Universidade, colocando os jovens em contato com softwares de desenho de Arquitetura e Engenharia. Além disso, o projeto inclui trocas de experiências entre convidados externos, alunos universitários e integrantes das comunidades atendidas. “Esse trabalho é muito recompensador, porque você observa resultados imediatos, a aprendizagem e o crescimento desses estudantes acontecem semanalmente”, explica Silvio Duarte Domingos, professor doutor da Estácio de Sá, criador do projeto.
E acrescenta, “Essa formação é rápida e complementa os estudos desses jovens, é um conteúdo que envolve tecnologias, que dificilmente eles teriam acesso, fora da Universidade. Então o impacto é grande, melhora, inclusive, a empregabilidade deles, por isso que nomeamos o projeto como Ponte. Cria pontes, não apenas para suas futuras carreiras, mas principalmente para o desenvolvimento desses jovens, contribuindo para uma formação cidadã”, pondera o docente.
Sucesso do projeto serve de exemplo
Nesse um ano e meio de existência, o projeto do escritório modelo de Engenharias (EMIE2), já impactou mais de 200 secundaristas, sendo realizado, incialmente, em dois espaços da Universidade Estácio de Sá: campus Tom Jobim - na Barra da Tijuca e na unidade de Nova Iguaçu. Silvio explica que o projeto é totalmente gratuito e oferecido semestralmente, mas antecipa que tem a expectativa de que se torne quadrimestral. Na edição atual, está atendendo moradores do Complexo da Maré e da Baixada Fluminense, mas a ideia é estender essa iniciativa para outros bairros e cidades do estado do Rio de Janeiro.
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