UFRJ - FundãoArquivo da coluna

O Parkinson é mal que cresce. O mundo, em geral, está atrasado em relação às pesquisas sobre esse problema neurológico. No Brasil, a situação é ainda preocupante devido a falta de apoios e investimentos. Chegamos ao ponto de pesquisadores precisam pedir socorro através de uma "vaquinha virtual" para manterem o laboratório localizado no campus da UFRJ, na Ilha do Fundão, funcionando em condições mínimas para que não comprometa os estudos já realizados. 
O descaso nos últimos tempos com a ciência no Brasil chegou ao ponto de terem risco de pararem as atividades pela impossibilidade de trocarem a lâmpada de um aparelho fundamental para a continuidade das pesquisas. 
“Nós, cientistas, temos enfrentado inúmeros obstáculos para a realização do nosso trabalho em prol da sociedade brasileira. Enfrentamos dois anos de fechamento da universidade pública devido à pandemia. Fora o descaso do Governo Federal com a ciência nos últimos anos”, justifica o cientista Cristian Follmer, responsável pelo Centro de Pesquisa.

Para que as atividades possam ser mantidas num nível mínimo precisam de pelo menos de R$ 140 mil já que os equipamentos e materiais são cotados em dólar.
Crescimento do Parkinson
Trata-se de um distúrbio neurológico degenerativo. Ele pode causar movimentos não intencionais, tremores de membros, rigidez muscular e dificuldade de equilíbrio e coordenação, tornando-se cada vez mais incapacitante. Estima-se que 2% da população mundial com mais de 65 anos sofram com esse mal. Por isso, é fundamental que a ciência avance nos conhecimentos sobre tratamento, prevenção e medicamentos.

“Entender mais sobre a doença, sintomas e causas é fundamental. Na verdade, agente tem uma doença em que o tratamento que se usa hoje em dia é o mesmo da década de 60. Então a falta investimentos em pesquisa coloca o Brasil e os demais países da América do Sul numa situação bastante crítica. E as estimativas apontam que a maior incidência de Parkinson no mundo vão estar na América Latina e na China" explica Cristian Follmer.
Falta de incentivo 
A situação dos laboratórios é tão crítica que hoje possuem número reduzido de colaboradores e bolsistas, fundamentais para o avanço dos estudos. Foram minguando os financiamentos, projetos, intercâmbios e incentivos. Hoje, os que trabalham no Laboratório do Parkinson contam basicamente com apenas uma bolsa do CBPQ.
“São poucos investimentos para se manter as pesquisas neste momento no Brasil. O básico que nos mantém são as bolsas concedidas pelo CNPQ que não aumentam desde 2006. Estão congelada em R$ 1.100. Situação drástica e triste", explica Cristian Follmer
A campanha de arrecadação pode receber ajuda da população assim como doações de empresas. O acesso da "vaquinha eletrônica" é através do link