comunidades se enfeitam para a Copa do Mundofoto de divulgação Governo do Estado

Decorações de fachadas, ruas, praças em período de Copa do Mundo fazem parta da tradição carioca. É uma espécie de disputa informal sobre qual o espaço é o mais enfeitado. Entram ainda nesse esforço de pintar as áreas urbanas de verde e amarelo: condomínios, lojas e empresas em geral, preparando o "terreno" para a torcida pelo hexacampeonato da Seleção Brasileira
Quebra da tradição?
No entanto, os preparativos ainda não empolgaram como no passado. A principal explicação é por ser uma Copa inédita ocorrendo entre Novembro e Dezembro. Sendo assim, a disputa fica imprensada entre dois eventos que já movimentam a sociedade brasileira: as eleições e as festas de final de ano.
"Trabalho com pintura artística há 20 anos, muitas vezes participei dessas caracterizações de Copa do Mundo, mas há algum tempo vinha percebendo um certo desânimo da população para decorar as ruas" - avalia o artista plástico Marcos Alexandre Jambeiro
Falta de Dinheiro
Em geral, essas decorações são feitas através de "vaquinhas" entre os moradores. Oportunamente por serem antes do período eleitoral também se beneficiavam de "ajudas de custo" do poder público e de candidatos - em busca de votos das comunidades financiadas. No entanto, além dessa mudança do calendário, tem a crise financeira e fato das despesas costumarem ser maiores nesse período do ano com a proximidade do Natal e as festas de fim de ano corporativas e familiares. 
Falta de produtos
Alguns itens nas cores verde e amarelo estão mais escassos do que de costume. Isso porque muitos esgotaram por terem sido explorados, sem previsão, durante a campanha política. Essa busca surpresa pegou os envolvidos desprevenidos, sem que a indústria e o comércio tivessem se preparado para o aumento inesperado para essa demanda. Está difícil encontrar alguns produtos, entre eles tipos de tecidos nas cores da bandeira. Devido a esse quadro, os valores subiram estando alguns até mesmo superfaturados. 
Ação Social
No entanto, o programa da “Na Régua” promete ajudar a manter essa tradição em pelo menos 22 comunidades do Rio. Nesses espaços contemplados, tintas, pincéis, criatividade e centenas de  mãos trabalham na torcida. 
" Agora, como parte da equipe do Na Régua, os moradores estão mais empolgados, se mobilizando pra ver nossos desenhos ganhando vida", explicou Jambeiro.
Mangueira verde e amarelo
Cerca de 30 crianças e adultos empunharem pincéis de variados tamanhos para participar da caracterização de uma das principais ruas da Mangueira. Voltada ao tema da inclusão social, as pinturas fazem menção a pessoas de várias cores, estaturas e condições físicas, além de símbolos da Copa. Do meio-fio aos murais; das bandeirinhas às grandes pinturas no asfalto, os moradores  deixam suas digitais espalhadas pela região. 
"Achei ótima essa ideia do projeto, inclusive penso que isso deveria partir de várias escolas, porque aqui na Mangueira temos uma cultura muito rica. O grafite é mais uma forma de arte, né? E quanto mais as crianças se envolvem nessas atividades, mais elas cuidam do próprio ambiente, cobram que outros não sujem as paredes porque eles ajudaram a pintar", declara a moradora Aline Calixto, de 31 anos.
Ao todo, mais de 40 galões de tinta, 44 rolos de fita, dezenas de pincéis, centenas de bandeiras e fitilhos foram disponibilizados  para a comunidade mangueirense através do projeto que é uma iniciativa conjunta da Uerj e da Secretaria estadual de Infraestrutura. 
"Esse movimento, além de resgatar o clima dos jogos, promove a interação entre os moradores, nosso projeto e a comunidade", explicou o secretário Rogério Brandi.

Assim como na Mangueira, cada uma outras 21 comunidades contempladas estão sendo decoradas pelos próprios moradores que recebem material e auxílio de profissionais para manterem viva a nossa tradição.