Na Zona Sul do Rio, por exemplo, há vários bairros com redução no percentual de vacância - Freepik
Na Zona Sul do Rio, por exemplo, há vários bairros com redução no percentual de vacânciaFreepik
Por Cristiane Campos
Após um período delicado com a pandemia, o mercado de locação dá sinais de melhora. É o que indica uma pesquisa feita pela Apsa. De acordo com o estudo, a taxa média de vacância (quantidade de imóveis residenciais vagos disponíveis para aluguel) foi de 16,9%, percentual mais baixo do que o registrado em setembro (17,8%) e em outubro (17,2%). Isso significa que, a cada 100 imóveis do mercado de locação, 17 estariam vagos à espera de um inquilino. Com o impacto da pandemia, pelo sexto mês seguido, a taxa se manteve na faixa de 17%. O nível considerado ideal é de 8% e 10%, ou seja, os estoques ainda estão 80% maiores do que o nível esperado pelo setor.

Vale lembrar que cada bairro tem uma vacância diferente. O estudo aponta que o resultado médio tem sido impactado fortemente pela alta em bairros da Zona Norte e Centro. Já na Zona Sul, há vários bairros com redução de taxa de vacância. O Flamengo, por exemplo, com uma redução frente ao mês anterior de 13,33%, está com desocupação de 11,7%. Este resultado traz até um leve aumento de 2,94% nos valores anunciados para os aluguéis no bairro, que passaram de R$ 34,03 para R$ 35,03 o metro quadrado.

Outro bom desempenho está em Laranjeiras, que registrou uma queda na comparação ao mês anterior de 13,7%, chegando a uma taxa de 6,3%. Para se ter ideia, em seis meses, a vacância do bairro diminuiu em 31,52%. O que explica a maior ocupação em Laranjeiras é o valor do metro quadrado do imóvel para aluguel, mais baixo do que o Flamengo, de R$ 32,93 o metro quadrado.

Já o Leblon continua com aumento no número de imóveis disponíveis frente ao mês anterior de 7,39%, chegando a uma taxa de 18,9%. Em seis meses, a disponibilidade de unidades aumentou 85,29%. O valor médio do aluguel está em R$ 59,10 - 0,30% menor do que o verificado em outubro e 1,73% abaixo do que estava há seis meses. Em Ipanema, a pesquisa identificou um leve aumento de 2,26%, ficando com taxa de vacância em 13,6%. Mas no acumulado dos últimos seis meses, a redução chega a 43,80%.

No Leme, houve aumento frente ao mês anterior de 3,38%, com um percentual 15,3%. O valor médio do aluguel está em R$ 37,36 - 4,25% menor do que o verificado em outubro. Copacabana também tem queda de 3,25%, com o metro quadrado passando de R$ 36,61 para R$ 35,42. Já a vacância ficou em 19,1%. No acumulado dos últimos seis meses, o aluguel no bairro caiu 8,26%. Em Botafogo, a taxa registrada foi de 16%, após reduzir 3,03%. Nos últimos seis meses, a subida foi de 30,08%. O valor do metro quadrado no bairro está em R$ 37,62 (0,27% maior que o mês passado, mas 7% menor do que há seis meses).
Tijuca e Méier também têm reduções
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Na Zona Norte, a Tijuca e o Méier também apresentaram reduções na vacância. No primeiro, a queda em relação ao mês anterior é de 5,8%, chegando a uma taxa de 13%. O metro quadrado na Tijuca está na faixa de R$ 22,96 - 0,43% menor que o mês passado. No Méier, a diminuição foi de 14,69%, chegando a um percentual de 12,2%. O metro quadrado está em R$ 18,20 - 0,66% maior que no mês passado.

Vila Isabel enfrenta aumento frente ao mês anterior de 16,98%, atingindo 12,4%. Com isso, o aluguel registrou redução de 2,57% na comparação com o mês anterior, passando de R$ 21,79 para R$ 21,23 o metro quadrado. Já o Maracanã se destaca pelo forte aumento em relação a outubro (29,24%), chegando a uma taxa de 22,1% e metro quadrado a R$ 24,01. Em seis meses, a vacância cresceu 90,52%.

No Rio Comprido, a alta foi de 16,8%, com uma taxa de 14,6%. É um incremento de 75,90% nos últimos seis meses. O aluguel também caiu 2,68%, passando de R$ 20,49 para R$ 19,94, em média, o metro quadrado.
Centro é um dos bairros mais impactados
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Como era de se esperar, a pesquisa da Apsa indica que o Centro é um dos bairros mais prejudicados com os funcionários em home office, tendência adotada na pandemia. A região segue aumentando a sua taxa de desocupação: com 8,88 % a mais, alcança a vacância de 28,2%. O metro quadrado está em R$ 28,02, valor 0,14% menor.

O Recreio teve aumento de 5,47% nos preços em novembro, com o metro quadrado passando de R$ 25,78 para R$ 27,19. O bairro registrou o maior aumento médio dos últimos seis meses, entre as áreas pesquisadas, de 15,11%. A pesquisa da Apsa é feita com base em 16 mil ofertas de apartamentos de um a três quartos.