Novolar pretende lançar mais de 4 mil unidades pelo programa Casa Verde e Amarela no RioDivulgação

Boa notícia para as construtoras que atuam no programa Casa Verde e Amarela e para os brasileiros que planejam trocar o aluguel pelo imóvel próprio. O ajuste no valor do imóvel deve ficar em torno de 10% e será anunciado em breve pelo governo. Atualmente, o teto é de R$ 240 mil no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília devem passar para R$ 270 mil, um pouquinho a mais dos 10%. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, as questões sobre as mudanças no programa ainda estão em discussão no Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Somente após a aprovação por parte do Conselho é que serão divulgadas as novas regras. Nos bastidores, o reajuste é bem-vindo devido aos consecutivos aumentos nos preços dos insumos inviabilizando a construção de empreendimentos pelo programa para várias construtoras no país.

Para o presidente da Ademi-RJ (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário), Claudio Hermolin, o aumento no teto no valor dos imóveis do programa com certeza é uma solução que vai amenizar bastante o impacto do aumento dos insumos do custo da construção. "Como já coloquei são três variáveis importantes no mercado imobiliário: preço do terreno, custo de construção e valor de venda. E no caso específico do programa Casa Verde e Amarela, o preço de venda é hoje limitado pela regra do programa. Com o aumento dos insumos e do custo da construção tendo o preço de terreno hoje o valor de mercado, a outra variável que pode ajudar muito o programa é o valor de venda das unidades. Então essa iniciativa de elevar o teto e aumentar o preço de venda dos imóveis do programa certamente traz de volta a possibilidade e a viabilidade das empresas executarem projetos dentro desse modelo", afirma Hermolin.

O CEO do Grupo Patrimar, Alex Veiga, reforçou que o governo está levando em consideração uma solicitação das empresas devido aos impactos dos aumentos dos insumos. “Atuamos desde 2000 no segmento econômico com a Novolar e, nos últimos meses, estamos fazendo uma reengenharia para não repassar aumento para o consumidor final e ainda temos o teto do valor do imóvel do programa que varia de acordo com a região. No caso do Rio, por exemplo, está em R$ 240 mil", explica Veiga. O executivo adianta que está com mais de 4 mil unidades para lançar com VGV (Valor Geral de Vendas) de aproximadamente R$ 680 milhões no Rio, dentro do programa Casa Verde e Amarela, e que, em breve, também vai atuar no médio padrão na cidade. Os dados são referentes ao landbank (banco de terrenos para construir) de julho do Grupo Patrimar.
Sem reajuste desde 2017

Área fitness de residencial na Ilha do Governador pelo programa habitacionalDivulgação

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Já o diretor da CTV Construtora, Felipe Videira, ressalta que, por causa dos últimos aumentos do custo de materiais de construção, estava se tornando inviável a construção de empreendimentos dentro do programa. "Isso porque os valores do teto do imóvel não são corrigidos desde 2017. Esse aumento do limite vai chegar em boa bora para que as empresas consigam um reequilíbrio financeiro para dar mais segurança de continuidade dos próximos projetos", analisa Videira.
Migração para os contratos do SBPE

Empreendimento pelo programa que está sendo construído em Duque de CaxiasDigulgação

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De acordo com Jamille Dias, diretora de Vendas e de Marketing da Riviera Construtora, o aumento do teto se deve à pressão do mercado da construção civil, que apontou um aumento médio dos produtos em 32%. O índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve uma alta acumulada de 17,35 % nos últimos 12 meses. "Se os valores (teto) permanecerem os mesmos, o que pode acontecer a longo prazo é um esvaziamento do Casa Verde e Amarela e uma migração para o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que já conta com taxas de juros ainda mais acessíveis próximas às do programa", pondera Jamille. A grande diferença é que nos contratos com recursos da caderneta não têm o subsídio (abatimento) de até R$ 47.500 que beneficia as famílias de menor renda na aquisição da moradia. "Com essa possível alteração surge um novo cenário para o mercado de imóveis econômicos. A expectativa para o Rio de Janeiro é que o teto passe de 240 mil para 270 mil", conclui a executiva.