Gás de cozinha e energia elétrica são as despesas públicas que mais pesam no bolso das famílias brasileirasFreepik

Cozinhar está mais caro para os brasileiros e esse peso no bolso não vem de hoje. Além disso, a guerra na Ucrânia também trouxe impactos para a economia do Brasil e do mundo. Para se ter ideia, o consumidor já começa a ver um vertiginoso aumento do preço do botijão de gás em todo o país. Vale lembrar que a energia elétrica também é uma das despesas que mais pesa no orçamento das famílias brasileiras.

Segundo o relatório Domestic View 2022, da Kantar, empresa de dados e consultoria, que traça um panorama do bolso do brasileiro durante a pandemia, o gás de cozinha foi um dos serviços públicos que mais pesaram no bolso do consumidor brasileiro em 2021. As classes mais baixas foram as mais prejudicadas com esse aumento - o gasto médio anual dessas famílias com o insumo cresceu 25% na comparação com 2020.

Em 2021, a despesa do brasileiro com gás de cozinha subiu dois pontos percentuais em relação a 2020, representando 17% do total desembolsado com serviços públicos (energia elétrica, água e esgotos, gás encanado, telefone fixo, gás de botijão e taxas). Na classe DE, o valor destinado para a compra de gás saltou de 18% do total dos gastos com serviços públicos no lar em 2020 para 22% em 2021. Na classe C, o incremento foi de 15% para 17% e na classe AB subiu 1 ponto percentual, de 12% para 13%.

Conflito na Ucrânia traz impactos no bolso

O que a guerra na Ucrânia tem a ver com o seu bolso e com os altos preços da gasolina e da energia? Robson Macedo, CEO da BidYou, assessoria de investimentos imobiliários, explica que por causa da sanções econômicas, isolando a Rússia da economia global, os países do ocidente e outros estão evitando a compra do petróleo russo e, consequentemente, os preços continuarão subindo. “Além disso, o conflito está gerando problemas na cadeia de suprimentos nos mercados de commodities de energia e agrícolas, principalmente, trigo e milho”, ressalta Macedo.

O cenário de energia, de acordo com ele, se agravou ainda mais, por causa da redução de investimentos na exploração de petróleo gerada pela pandemia e pela bandeira ESG (Environmental, Social and Governance. Os três principais fatores usados para mensurar o compromisso sustentável de determinada empresa). “Com isso os produtores não conseguem suprir a necessidade suficiente para alimentar o mundo”, afirma.