O gasto com habitação não deve ultrapassar 30% da renda familiar
O evento tem como objetivo buscar estratégias para uma habitação digna e contribuir com políticas públicas voltadas ao aluguel e ao uso da terra de forma correta - Freepik
O evento tem como objetivo buscar estratégias para uma habitação digna e contribuir com políticas públicas voltadas ao aluguel e ao uso da terra de forma corretaFreepik
A moradia digna será o tema principal do encontro MudA - Direito à terra e à cidade, que acontecerá em São Paulo de 5 a 7 de agosto. As atividades, dirigidas especialmente a arquitetos, urbanistas e gestores públicos, serão realizadas no centro cultural Casa do Povo e incluem rodas de conversas, debates, oficinas, vendas de produtos e shows. Em um contexto de acentuada crise econômica e acúmulo de demandas habitacionais, organizações da sociedade civil têm surgido para oferecer uma alternativa: as chamadas propriedades sem fins lucrativos.
A ONU (Organização das Nações Unidas) considera que as pessoas que gastam mais de 30% da sua renda com moradia colocam em risco o atendimento de outras necessidades básicas. Segundo dados da Fundação João Pinheiro, em 2016 o número de famílias nessa condição era de 2,814 milhões em todo o Brasil. Em 2019, o total chegou a 3,035 milhões. “A moradia tem um papel central no processo de desenvolvimento sustentável de um bairro. É definidora do espaço, das relações e das condições de vida das pessoas. A oferta de moradia por meio de iniciativas da sociedade civil, além de praticar preços mais justos e envolver os moradores no processo de gestão, tem um enorme potencial de fomentar o desenvolvimento de outros eixos do bem-estar urbano”, avalia Fabiana Tock, coordenadora de Cidades e Desenvolvimento Urbano na Fundação Tide Setubal.
De acordo com Simone Gatti, presidente da Associação pela Propriedade Comunitária, o encontro é uma oportunidade de reunir pessoas e entidades que têm contribuído para a democratização do direito à cidade e a terra. "A iniciativa vem para compartilhar nossa experiência, buscar estratégias de ampliar nossas ações para outros grupos e contribuir com políticas públicas voltadas ao aluguel e com a gestão coletiva da moradia e da terra”, diz Simone.
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