O consórcio de imóveis continua se destacando em tempos de Selic (taxa básica de juros) em alta, atualmente em 13,75% ao ano. Para se ter ideia, de janeiro a julho, o crescimento de novos consorciados em busca da casa própria chegou a 26,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os bons resultados do segmento não param. A soma entre consorciados contemplados e créditos disponibilizados também registraram evoluções: 11% e 5%, respectivamente.
Já o volume de participantes ativos cresceu 16,1%, atingindo em julho 1,30 milhão de consorciados no país. Outro dado que chama atenção é que o volume de crédito comercializado nos primeiros sete meses do ano totalizou R$ 63,19 bilhões contra R$ 52,72 bilhões do mesmo período de 2021, alta de 19,9%. “Ao completar os sete meses deste ano, pode-se notar que o crescimento mensal dos consorciados ativos, gradativo e constante, reafirmou o amadurecimento do consumidor que, ao analisar e avaliar sua capacidade financeira, tem focado no melhor para suas finanças pessoais”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios). Ele ressalta que as adesões foram feitas nos vários setores onde os consórcios estão presentes. Das 2,21 milhões de vendas de cotas pelo sistema no período, o segmento de imóveis comercializou 362,46 mil, perdendo apenas para as 857,07 mil de veículos leves e 692,95 mil de motocicletas.
As contemplações beneficiaram 48 mil participantes do sistema e ratificaram o interesse dos consorciados com possível injeção financeira acima de R$ 8,38 bilhões. O tíquete médio teve uma leve retração de 1,3%, passando de R$ 176,91 mil em julho de 2021 para R$ 174,61 mil no mesmo mês deste ano. Os números foram divulgados pela Abac.
Como funciona
A modalidade não cobra juros apenas correção anual das parcelas e do saldo para manter o poder de compra dos consorciados. Há a cobrança da taxa de administração, fundo de reserva e seguro. Já a contemplação acontece por meio de sorteio ou lance para quem tem pressa em adquirir o bem. O modelo também permite o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) desde que o adquirente siga as regras, como não ter imóvel próprio e nem financiamento habitacional.
FGTS no consórcio
O FGTS também é um aliado para quem compra a casa própria pelo consórcio imobiliário. De janeiro a julho, 2.036 consorciados com saldo na conta vinculada do fundo, utilizaram parcial ou totalmente o recurso para pagar parcelas ou quitar débitos, bem como ofertar valores em lances ou complementar créditos, totalizando pouco mais de R$ 102,8 milhões. A informação é da Gepas/Caixa.
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