Para quem pretende financiar um imóvel, especialista orienta se informar sobre o CET (Custo Efetivo Total) do contrato e sobre as linhas de crédito oferecidas pelos bancosFreepik

A expectativa de uma nova reunião esta semana do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) para discutir a Selic (taxa básica de juros), hoje em 13,75% ao ano, traz aquela insegurança para quem pensa em comprar um imóvel. Na avaliação de Bruno Gama, CEO da Credihome by Loft, a notícia de uma possível alta dos juros não deverá impactar no crédito imobiliário porque é uma linha de financiamento de longo prazo que sofre menor influência da Selic.

Ele lembra que as taxas estão no mesmo nível histórico do Brasil de antes da grande redução, quando a Selic foi a 2% ao ano no início da pandemia. Isso significa que o cenário continua atraente e com boas condições para o cliente final. "Os grandes bancos planejam manter a taxa de crédito imobiliário em torno ou até abaixo dos 10% mesmo com a alta da Selic. A expectativa do mercado é de que o índice volte a cair no ano que vem. Em junho do ano passado, a taxa média praticada pelos principais bancos privados (Itaú, Bradesco e Santander) era em torno de 7,14% ao ano. Em 2022, de acordo com dados do Banco Central, a média para os mesmo bancos privados é de 9,33% ao ano", analia Gama.

Custos do financiamento

Se você está pensando em financiar um imóvel, o especialista dá algumas orientações. É importante se informar sobre o CET (Custo Efetivo Total) do contrato e sobre as linhas de crédito oferecidas pelos bancos, taxa fixa + TR (Taxa Referencial), fixa + IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ou fixa + poupança, e se serão opções pré ou pós-fixadas. Por exemplo: quando a opção for a pós-fixada (fixa + IPCA) atrelada ao índice de inflação, isso pode refletir em um aumento do valor da parcela ao longo do período contratado.

"O crédito imobiliário é composto pelos seguintes fatores que influenciam diretamente na prestação mensal a ser paga pelo tomador: sistema de amortização (SAC e Price), juros (taxa efetiva), amortização (saldo devedor / quantidade de parcelas) e os seguros obrigatórios por determinação do Banco Central", explica Gama.

O especialista comenta ainda que esses fatores são equivalentes entre as instituições financeiras. A diferença são as alíquotas aplicadas sobre o saldo devedor e a forma de cálculo destas, o que pode influenciar diretamente no valor mensal que o comprador terá de desembolsar.

Para o executivo, não há uma melhor linha de crédito imobiliário e sim aquela que mais vai se adequar à necessidade de cada pessoa, considerando a sua intenção de liquidar o financiamento em curto, médio ou longo prazo. Para todas as opções disponíveis, a orientação é que interessado leve em consideração o seu momento de vida, o orçamento familiar e o comprometimento de renda que está disposto a assumir.

"O Sistema de Amortização Constante (SAC) é o mais usual. Nele, o comprador inicia o contrato com uma prestação mais alta, mas em contrapartida a amortização do financiamento mensal a cada liquidação da parcela é maior, os juros são calculados sobre o saldo devedor que é decrescente, permitindo que o adquirente pague menos juros e amortize mais a cada prestação paga", observa Gama.