Sessão ordinária da Câmara Municipal de Araruama desta terça-feira (8)Câmara de Araruama/reprodução

‘VERME, LIXO, VAGABUNDO E DITADOR’

A sessão da Câmara Municipal de Araruama desta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, voltou a ser palco de um discurso inflamado da vereadora Penha Bernardes (PL), dando sequência aos posicionamentos de duas semanas atrás. Penha pediu a palavra no momento das explicações pessoais e reiterou as acusações que fez de que o ex-prefeito Chiquinho da Educação havia dito a ela que mandaria mata-la e disse que é atacada por “falar o que muitos queriam falar, mas não podem”. Em campanha para difamá-la, Penha afirmou que Chiquinho mandou um texto para os vereadores em grupo de WhatsApp da base do Governo. Sem revelar o teor do texto na íntegra, Penha, chorando, disse que tinha vergonha de replicar as palavras dele. O texto compartilhado pelo ex-prefeito, segundo a vereadora, diz até que Penha sabia mesmo era fazer filme pornô, em referência a uma foto íntima da parlamentar vazada em 2019. Penha relembrou as acusações de que Chiquinho havia batido na ex-esposa, dizendo que é isso que ele faz com as mulheres. “Isso que ele deve fazer com a mulher dele”, disparou. Por diversas vezes, a vereadora chamou Chiquinho de covarde, verme, lixo, vagabundo e ditador em seu discurso.

FICOU NO VÁCUO
Ex-prefeito de Araruama Chiquinho da Educação - Redes sociais
Ex-prefeito de Araruama Chiquinho da EducaçãoRedes sociais

A vereadora, na sequência, agradeceu aos colegas edis que, segundo ela, não aplaudiram ou comentaram o texto enviado por Chiquinho no grupo. Penha afirmou ainda que jamais vai revelar quem mandou os prints do grupo para ela, apenas na Justiça. A vereadora disse que, no grupo, havia pessoas de conduta, éticas, mas disparou: “hoje, ele faz isso comigo, porque eu uso a tribuna para dizer que ele é covarde. Mas, imaginem, os senhores amanhã, qualquer um discordar da vontade dele. É com os senhores que ele vai fazer”. Penha disse que as pessoas apenas toleram Chiquinho e questionou o ex-prefeito estar em um grupo com a base do Governo. Para Penha, isso apenas comprova que quem manda na Prefeitura é Chiquinho, que interfere na Câmara, segundo a vereadora. “Você não manda nem na sua casa. Quem é que te banca? Sua mulher? Vergonha, seu verme”, declarou Penha.
Prefeita Livia com marido Chiquinho, a quem a vereadora Penha acusa de textos nos grupos de whatsapp fazendo ilações contra a parlamentar  - Rede social
Prefeita Livia com marido Chiquinho, a quem a vereadora Penha acusa de textos nos grupos de whatsapp fazendo ilações contra a parlamentar Rede social

QUEM NÃO TEM TETO DE VIDRO...
Ao falar sobre vida particular, Penha também deu aquela soltada de veneno básica e comentou que há rumores no município de que Lívia Bello (PP), teria um caso com um empresário da região. “O que as pessoas têm a ver com a vida dos outros? Todo mundo comenta e fala na cidade que a esposa dele namorou, teve um caso... E o que as pessoas têm a ver com a vida dela?”, disparou Penha.
TROCA DE FARPAS
Penha ainda respondeu a afirmação feita por Chiquinho sobre a acusação dela da ameaça de morte. Em resposta ao jornal O Dia, o ex-prefeito disse que Penha é uma atriz e que “a Globo estava perdendo”. “Atriz eu seria se inventasse um câncer como você, seu fanfarrão, covarde, ditador, que bate em mulheres. Se eu inventasse um câncer para me favorecer em campanha eleitoral”, disparou a parlamentar.
EM DEFESA DA ESPOSA
O marido de Penha, Oliveira da Guarda (MDB), se juntou a esposa e questionou “como esse verme se mete na Câmara?”. Segundo os vereadores, Chiquinho ordenou que os edis apoiassem a pré-candidatura de Max Lemos a deputado federal, contudo, mudou de ideia e teria mandado que eles apoiassem o ex-prefeito de São Pedro da Aldeia Claudio Chumbinho. “Homem tem que ter palavra. Mais uma prova que esse vagabundo se mete aqui dentro”, disparou Oliveira. O vereador pediu ainda para o Ministério Público acordar, se ofereceu como testemunha e, usando como base a ameaça que teria sido feita a Penha, acusou Chiquinho de ser o mandante da morte do jornalista Léo Pinheiro, no primeiro semestre de 2020, e disse que Chiquinho tinha que ser preso.

SILÊNCIO QUE BERRA
Sessão ordinária da Câmara Municipal de Araruama desta terça-feira (8) - Câmara de Araruama/reprodução
Sessão ordinária da Câmara Municipal de Araruama desta terça-feira (8)Câmara de Araruama/reprodução

O ex-prefeito Chiquinho da Educação foi procurado para se posicionar sobre todos os apontamentos feitos por Penha Bernardes e Oliveira da Guarda, mas ainda não tivemos resposta. Quem também opta pelo silêncio são os 15 vereadores da Câmara de Araruama, que não se mobilizam, em qualquer momento, para sequer desmentir os oposicionistas em seus apontamentos. Se quem cala consente, será que o silêncio, que ecoa das quatro paredes do Plenário Thiophyla Soares de Bragança para os 638.086km² de extensão territorial de Araruama, significa algo