A deputada estadual que propôs o encontro afirmou que, de todas as audiências públicas que já promoveu sobre o assunto, foi a primeira vez que os agentes policiais não compareceramRenata Cristiane

AUDIÊNCIA PÚBLICA DA SEGURANÇA
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj promoveu uma audiência pública para discutir a segurança em municípios da Região dos Lagos nesta segunda-feira (27), no auditório da sede da Prefeitura de Cabo Frio. O encontro foi convocado pela presidente da CDDHC, deputada Dani Monteiro (PSOL). A ideia surgiu após denúncias de ataque da Polícia Militar a uma Roda Cultural de Hip-Hop, no dia 5 de maio, na comunidade Manoel Corrêa. Durante visita da CDDHC ao município, lideranças locais, moradores e ativistas de direitos humanos da região lançaram apelo pela segurança pública nas periferias da cidade. A reunião, no entanto, aparentou ter ficado muito na “bolha”, restrito a ativistas, e setores mais pontuais da prefeitura, como Marlon Barbosa - superintendente da Juventude; e Filipe Fernandes, coordenador de Direitos Humanos de Cabo Frio -, e sociedade civil organizada. Apesar de terem sido convidados, lamentavelmente, não compareceram nem o secretário de Segurança Pública e Direitos Humanos de Cabo Frio, Ruy França, e nem representantes do 25º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Rio, que atende a região. A deputada estadual que propôs o encontro, inclusive, afirmou que de todas as audiências públicas que já promoveu sobre o assunto, foi a primeira vez que os agentes policiais não compareceram.
DADOS CHOCANTES
Devido ao cenário de extrema polarização política que o país está imerso há anos, o PSOL carrega o estigma de ser partido de “defensor de bandido”, quando, na verdade, defende a vida humana, segundo apontou Dani Monteiro. No encontro, a deputada saiu em defesa dos policiais, inclusive, revelando que, além de ser a polícia que mais mata e que mais morre, a PM do Rio de Janeiro ainda é a que mais comete suicidio. A probabilidade chega a ser 4x maior que a de um cidadão civil realizar o ato. O dado chocou a todos os presentes e revela o esgotamento mental desses profissionais. Dani Monteiro deu entrevista à coluna sobre o resultado da audiência pública. Confira abaixo:


OPINIÃO DA TERRA
O professor Jubiabá e seus colegas do grupo Tambores Urbanos foram alguns dos representantes da sociedade a comparecer ao encontro. Em entrevista à coluna, Jubiabá afirmou que a audiência foi a extensão do debate que é feito para que a sociedade tenha respeito e respaldo para que possa viver em paz. O professor também lamentou a ausência de representantes do Poder Público (lê-se Polícia Militar): “hoje a gente saiu daqui com essa falta daquela resposta: ‘por que daquela ação [no Manoel Corrêa]?'''. A entrevista completa está disponível abaixo: