Crivella não terá facilidade para aprovar o projeto, mas articulação é para que votação ocorra logo - Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio
Crivella não terá facilidade para aprovar o projeto, mas articulação é para que votação ocorra logoRenan Olaz/Câmara Municipal do Rio
Por PALOMA SAVEDRA

O governo Crivella está conseguindo reverter alguns votos que seriam contrários à proposta de taxação de inativos, que tramita na Câmara dos Vereadores do Rio. E a costura política pode levar à aprovação do projeto pelo Legislativo. O texto estabelece cobrança de contribuição previdenciária de 11% sobre aposentadorias e pensões acima de R$ 5.645,80 (teto do INSS), que hoje não são descontadas. Além disso, cria pensão vitalícia a um grupo que não teve os benefícios previdenciários homologados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ).

O projeto faz parte do conjunto de medidas da reforma na previdência municipal que a prefeitura está implementando. Um decreto publicado em março já foi o primeiro passo: determinou a readequação do abono-permanência e a revisão de benefícios concedidos a quem entrou no serviço público a partir de 2004 (e que não tiveram aval do TCM-RJ). O Executivo justificou que, com isso, cumprirá regras constitucionais.

A expectativa é que a articulação de integrantes da prefeitura e da base do governo na Câmara se intensifique. A proposta será votada antes do recesso (em julho) e alguns parlamentares acreditam que em duas semanas a tramitação avançará na Casa.

Em relação às críticas ao texto, além da impopularidade, há questionamentos sobre a pensão vitalícia. Vereadores citam que nenhuma legislação ampara essa medida. O benefício foi a forma que o governo encontrou de compensar as perdas que cerca de oito mil pessoas sofrerão com o novo cálculo dos benefícios. Eles não terão mais o pagamento pela integralidade (valor do último salário de quando estava na ativa).

Sem amparo na lei
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Presidente da frente parlamentar em defesa da previdência municipal, Paulo Pinheiro (Psol) ressalta que há riscos de se criar a pensão vitalícia. "Hoje, o governo pode criar a pensão vitalícia, mas no futuro uma outra gestão do município retirá-la do inativo, por não haver amparo legal", comentou. Além dele, outros vereadores já vêm questionando esse mesmo ponto.
 
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Receita a mais
Com a regulamentação do abono-permanência (benefício pago a servidores que podem se aposentar mas continuam na ativa), o município passa a aplicar o desconto previdenciário a esses funcionários. A iniciativa vai gerar mais R$ 39,8 milhões em 2018, segundo cálculos do Previ-Rio. Além disso, a receita com a contribuição patronal (de 22%) de quem tem o abono será de R$ 89,9 milhões.
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Cobrança de alíquota
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O Previ-Rio também estima arrecadar mais R$ 33 milhões até o fim deste ano com a aplicação de alíquota de 11% sobre os aposentados. E a previsão de receita com a contribuição de pensionistas é de R$ 5,6 milhões, também em 2018. Como esses vínculos não estão na ativa, não haverá pagamento de contribuição patronal pelo município.
 
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Prova de vida de inativos
Os aposentados e pensionistas da Prefeitura do Rio, com final de matrícula 5, têm até o dia 31 deste mês para fazer o recadastramento anual obrigatório ou prova de vida. O procedimento é requisito para o Previ-Rio manter os pagamentos e tem que ser feito, exclusivamente, nas agências do Banco Santander, mediante apresentação de identidade e CPF.
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