Crivella não terá facilidade para aprovar o projeto, mas articulação é para que votação ocorra logo - Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio
Crivella não terá facilidade para aprovar o projeto, mas articulação é para que votação ocorra logoRenan Olaz/Câmara Municipal do Rio
Por PALOMA SAVEDRA

Rio - O governo Crivella tenta acelerar a votação do projeto de taxação de inativos na Câmara dos Vereadores para levá-lo ao plenário antes do recesso parlamentar, previsto para julho. Essa já era a previsão inicial, mas, agora, integrantes do Executivo e da base têm mais pressa: a medida é vista como um dos meios para reforçar o caixa municipal, que corre risco de 'secar'. Além disso, avaliam que não há como aprová-lo no segundo semestre, que será período de eleições. A oposição trabalha para barrar a medida, que é impopular, e também não é certo o aval da maioria.

Ontem, inclusive, o secretário municipal da Casa Civil, Paulo Messina, chegou a citar a "reforma na previdência" como medida necessária para desafogar o Tesouro Municipal.

"Hoje, a previdência consome R$ 1 bilhão por ano de recursos do Tesouro (municipal), porque a previdência está quebrada", afirmou ele em sua página no Facebook.

A proposta estabelece a cobrança de contribuição previdenciária de 11% sobre inativos que ganham acima de R$ 5.645,80 (teto do INSS). Com a medida, o Previ-Rio estima arrecadar R$38,6 milhões este ano (R$33 milhões com os aposentados) e R$ 5,6 milhões (com os pensionistas).

Resistência das categorias

Mas ainda que consiga avançar com a proposta, não será fácil a aprovação. O projeto afeta os servidores e encontra forte resistência das categorias. Esse é um argumento defendido pelos vereadores contrários ao texto. Eles afirmam ainda que o Executivo deveria lançar mão de outras medidas que não a de taxar o funcionalismo.

Para pressionar o governo a recuar com a ideia, os professores e demais servidores da rede municipal de Educação farão uma paralisação amanhã e um ato em frente à sede da prefeitura. Uma das coordenadoras do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe), Marta Moraes disse que a manifestação também será para cobrar outras reivindicações. "Reposição salarial, retorno ao calendário antigo de pagamentos, concurso público...", listou.

Em relação à revisão salarial, Messina confirmou ontem que a prefeitura vai conceder reajuste acumulado (de 2017 e 2018) ainda este ano. Porém, o secretário não divulgou o mês em que a correção será aplicada.

Salário de maio em pauta

Na 'live' que fez em sua página na rede social, ontem, Messina disse que hoje o prefeito Marcelo Crivella vai avaliar o saldo de receita de ISS e anunciará a data de pagamento do salário de maio. A expectativa é que seja depositado no prazo (quinta-feira), porém, ninguém descartou pode sair amanhã.

O secretário afastou ainda a possibilidade de a primeira parcela do 13º salário de 2018 ser depositada em julho. Ele afirmou que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não permite a medida.

"Em resumo, se antecipasse essa primeira parcela para julho teríamos, no período de 12 meses, dois 13º salários, pois seriam as parcelas de novembro e de dezembro (de 2017), e mais a deste ano nesse prazo. Então, não é possível fazer isso", explicou.

 

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