Rio - Em meio ao lobby que servidores vêm fazendo com parlamentares da Câmara Federal para alterar pontos do projeto da Reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou nesta segunda-feira a dar um alerta que a sua pasta já havia feito por estudo divulgado no último dia 15. Em evento da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Guedes disse que, se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6 não passar, o salário do funcionalismo será interrompido. Representantes das categorias consideraram o discurso uma "chantagem".
Além dessa fala, o ministro declarou que a reforma estará resolvida em três ou quatro meses, demonstrando um otimismo que ainda não 'contagiou' muitos parlamentares do próprio PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.
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O líder da legenda na Câmara, Delegado Waldir (em Goiás), foi o porta-voz dos 'insatisfeitos', deixando claro que a base aliada quer ser procurada e convencida.
Articulação política
Na retaguarda, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, assumiu o papel de articulador político: almoçou na segunda-feira com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para as costuras que viabilizarão o aval à Reforma da Previdência.
Sem salário
Sobre os salários do funcionalismo, o ministro fez a declaração em evento da Frente Nacional de Parlamentares (FNP), realizado em Brasília, na tentativa de mobilizar maior apoio à reforma e corroborando estudo da Secretaria de Política Econômica, vinculada ao Ministério da Economia. A nota técnica aponta dificuldades de a União pagar salários de servidores federais a partir de 2020 se a PEC 6 não for aprovada.
Guedes disse ainda que o setor público é que está quebrado, e não a iniciativa privada, acrescentando que o primeiro a ser atingido em um eventual colapso das finanças será o funcionalismo. "Primeira coisa que vai acontecer (no caso de não haver reforma) é a interrupção do pagamento de salários. O primeiro atingido é o servidor", afirmou.