Apesar de prefeitura sinalizar otimismo, finanças ainda são alvo de preocupação
Servidores e alguns parlamentares da Câmara temem que município não tenha dinheiro a partir já de junho
Por PALOMA SAVEDRA
As preocupações que o funcionalismo do Município do Rio e alguns parlamentares cariocas tinham no fim de 2019 persistem no início deste ano. Embora a prefeitura esteja sinalizando um otimismo, principalmente pelas palavras do secretário de Fazenda, Cesar Barbiero, durante reunião ontem na Câmara do Rio, um grupo de vereadores alertou para o risco de o Executivo não ter dinheiro suficiente a partir de junho. Barbiero, no entanto, assegurou que o cenário é positivo.
A aposta do chefe da Fazenda é de reforçar o caixa municipal com a securitização de dívidas que contribuintes têm com o município. Ele declarou aos vereadores que a operação (de antecipação de recebíveis lançando títulos no mercado) poderá garantir receita de R$ 3 bilhões a R$ 5 bilhões este ano. A declaração trouxe confiança para alguns, como o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), o líder do governo, Jairinho (MDB), e Jorge Manaia (Solidariedade).
No entanto, outros vereadores temem que a securitização não dê certo, ou que não tenha o resultado esperado. O que, segundo eles, poderá significar o caos nas finanças cariocas.
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“Securitização, infelizmente, é o único plano que a prefeitura tem para se recuperar. A partir de junho, sem isso, não há plano B, e as contas municipais podem ficar comprometidas, pois a prefeitura vai pagar todas as dívidas emergenciais no início do ano com a receita do IPTU”, opinou o ex-secretário da Casa Civil de Crivella, Paulo Messina (PSD). Fernando William (PDT) fez coro com esse entendimento.
Arrecadação de R$ 32,6 bi
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Jorge Felippe, por sua vez, destacou os números apresentados por Barbiero. “O município tem previsão de arrecadar, ao todo, R$ 32,6 bilhões este ano. O secretário assegurou que haverá equilíbrio nas contas no decorrer desse ano, e que o município conta com uma boa arrecadação”, disse.