'Servidores já estão dando sua cota de sacrifício', diz representante do setor a Guedes
Na segunda-feira, ministro da Economia voltou a defender congelamento salarial e disse que funcionalismo deve colaborar com o país diante da crise causada pela pandemia
Por PALOMA SAVEDRA
Servidores públicos da União responderam às últimas declarações dadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na segunda-feira, que defendeu o congelamento salarial das categorias por pelo menos um ano e meio. Na ocasião, Guedes ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo país diante do agravamento da crise econômica em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques declarou que os servidores já estão se sacrificando.
"Os servidores estão dando sua cota de sacrifício e estão à frente da luta contra a pandemia. São os profissionais de saúde, os pesquisadores, os servidores de Assistência Social e Segurança Pública que estão na retaguarda. São os auditores da Receita que estão nos portos e aeroportos desembaraçando insumos e equipamentos que vão ajudar na crise sanitária, são os diplomatas tentando repatriar milhares de brasileiros, enfim, diversas áreas em plena atividade", declarou.
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Rudinei Marques citou outras declarações do titular da pasta da Economia direcionadas ao funcionalismo, que, segundo ele, são "falácias".
"Os servidores têm entregado o melhor de si, como se propuseram sempre. Mas não poderíamos dizer o mesmo do ministro. O que ele está entregando? Em 2019, entregou 1,1% de PIB, um resultado pífio. Estamos com 53 milhões de brasileiros no desalento do desemprego. Entendemos que o ministro tem que parar com essas falácias e realmente mostrar a que veio", afirmou.
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Secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva afirmou que o setor recebeu a notícia (de congelamento salarial) com indignação.
"Todos os adjetivos que o ministro está atribuindo ao funcionalismo, chamando de privilegiado, dizendo que está com a geladeira cheia, ele quer medir o servidor com a régua dele", afirmou Silva.
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"Noventa por cento dos servidores já estão com congelamento desde 1º de janeiro de 2017. Não estamos falando de reajuste nesse momento, mas não é possível ficarmos cinco, seis anos com o salário defasado. Não é justo", acrescentou.
O representante da Consdsef frisou que a população precisa dos serviços públicos e defendeu a valorização das categorias. "Não somos servidores do governo, do (presidente) Bolsonaro, do Guedes, somos da União".