Prefeitura do Rio vê dificuldades para quitar salários de dezembro na sexta-feira
Herança deixada pela gestão anterior já impõe obstáculos no início do governo Paes, que ainda não tem como prever data de pagamento do 13º de 2020 a todo o funcionalismo
Com o caixa da cidade na penúria — devido a uma herança da gestão anterior —, o governo Paes já inicia o ano com dificuldades de quitar o salário de dezembro no prazo oficial, que é a próxima sexta-feira (quando cai o quinto dia útil). À coluna, o secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo, deixou claro que, por enquanto, as perspectivas não são nada positivas: "O cenário é muito difícil, é de terra arrasada".
O titular da pasta foi categórico ao dizer que ainda não há recursos financeiros suficientes para pagar essa folha, no montante de R$ 1,4 bilhão, e que o primeiro dia útil de trabalho (ontem) reforçou o raio-x das finanças que ele havia desenhado durante a transição.
Pedro Paulo passou o dia em seguidas reuniões, vendo ainda mais de perto os números da prefeitura.
"Os resultados da arrecadação e as disponibilidades (de caixa) são muito baixas. O que temos de recursos livres são R$ 69 milhões", ressaltou. "As informações que a gente tem aqui são de que há pouca possibilidade (de quitar no quinto dia útil)", reforçou o secretário.
AINDA SEM PREVISÃO SOBRE O 13º SALÁRIO
Em uma live ontem, o prefeito Eduardo Paes disse que os servidores podem ficar tranquilos quanto ao 13º salário. "A gente está fazendo todo esforço para acertar os salários de dezembro, enfim, resolver o 13º. É um absurdo que a gente esteja discutindo isso. Tenho uma conta grande para pagar, até o fim do dia devo sentar com Pedro Paulo para tratar disso", declarou.
De fato, todos os esforços e trabalhos agora são para honrar esses pagamentos. No entanto, o titular da Fazenda disse que não é possível já cravar um calendário para pagamento do 13º salário (que falta ser quitado para o grupo que ganha acima de R$ 4 mil), ressaltando a situação de penúria dos cofres municipais.
PACOTE FISCAL: PAULO GUEDES QUER VIR AO RIO
Ainda na transição, Pedro Paulo detalhou o cenário trágico. Na ocasião, ele apontou um déficit de R$ 10 bilhões para 2021.
Para reequilibrar as combalidas finanças cariocas, o titular da pasta planeja, como já anunciado, enviar um pacote de medidas para a Câmara na abertura do ano legislativo, com propostas de reformas tributária e previdenciária, além de uma Lei de Responsabilidade Fiscal local.
Apoiador dos projetos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende participar da cerimônia, como a coluna informou em 16 de dezembro.