Fim dos triênios de servidores do Rio já é impasse entre Alerj e governo
Estado iniciou simulações para implementar a medida, que é exigida pelo Regime de Recuperação Fiscal. Deputados dizem que só votam se for para futuros servidores
Deputados da Alerj terão que votar este ano ainda as medidas que compõem o pacote de austeridade do regime - Thiago Lontra/Divulgação Alerj
Deputados da Alerj terão que votar este ano ainda as medidas que compõem o pacote de austeridade do regime Thiago Lontra/Divulgação Alerj
A extinção do triênio garantido hoje ao funcionalismo estadual já desponta como uma das principais divergências entre a Alerj e o governo fluminense no âmbito da discussão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). A medida é imposta pelo decreto federal que regulamenta o RRF, sem deixar margens de negociação para o Estado. Técnicos do Palácio Guanabara dizem ainda que o cumprimento dessa exigência é considerado "um item de honra" pela equipe econômica da União.
O Executivo não crava como pretende implementar a medida: se para os atuais ou futuros servidores. Mas a interpretação de alguns integrantes do governo é de que o fim do adicional por tempo de serviço teria que valer para todos — o que já foi rejeitado pelo presidente do Legislativo, André Ceciliano (PT), e outros deputados.
O tema, inclusive, começou a ser debatido ontem na reunião do Conselho Consultivo do Plano de Recuperação Fiscal, formado por representantes do Judiciário, Legislativo, Defensoria, MP, TCE e Procuradoria. O grupo tem caráter apenas opinativo.
'CASA VOTA SÓ PARA OS NOVOS' As secretarias de Fazenda e Planejamento já estudam a adoção da medida. Durante a reunião, integrantes das áreas técnicas chegaram a falar em simulações. Representantes da Alerj no conselho, Luiz Paulo (Cidadania) e Waldeck Carneiro (PT) — ambos contra a iniciativa — ressaltaram que dificilmente a extinção do triênio seria aprovada devido ao direito adquirido dos servidores.
Luiz Paulo chegou a ponderar que se a proposta for apenas para os novos há como passar. Em evento realizado no plenário ainda do Palácio Tiradentes, Ceciliano também deu esse recado ao governador Cláudio Castro (PL).
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.