Max LemosEstefan Radovicz / Agência O Dia

Por Sabrina Pirrho
Ex-prefeito de Queimados por dois mandatos, Max Lemos (PSDB) assumiu a Secretaria de Obras e Infraestrutura do governo Cláudio Castro há menos de um mês. Antes, ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio. No novo cargo, o político planeja obras pelo estado, como a finalização do Museu da Imagem e do Som, na capital fluminense. "Nós temos que concluir aquela obra e o governador já autorizou a liberação de R$ 52 milhões para isso", explicou. Em entrevista ao jornal O DIA, Max falou também sobre as eleições de 2022 e o apoio de seu partido ao atual governador. "É muito cedo para tratar de eleição popularizada. Surgem diversas candidaturas que precisam, primeiro, se consolidar e confirmar. O certo é que o PSDB vai estar na campanha do governador Cláudio Castro", disse.
O senhor assumiu a Secretaria de Obras e Infraestrutura em junho. Quais são os maiores desafios da pasta?
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O primeiro é organizar a Secretaria de Infraestrutura e Obras, que tem como suas vinculadas a Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro), o Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura (IEEA) e a Cehab (Companhia Estadual de Habitação do Estado do Rio de Janeiro), órgãos importantíssimos para ajudar na execução dos nossos projetos. Isso nós vamos organizar da seguinte forma: a Emop vai cuidar de próprios estaduais, que abrangem desde a reforma de unidades de saúde até escolas, unidades penitenciárias, enfim, atribuições que vêm desde a origem do órgão. A Cehab vai cuidar de habitação e de habitabilidade, não só com a construção de casas populares, unidades habitacionais populares, mas também habitabilidade, que é melhorar a habitabilidade das pessoas que vivem em regiões de interesse social como determina a lei. São as regiões mais sacrificadas, mais pobres, que precisam de saneamento, drenagem, pavimentação e, às vezes, até acesso a essas regiões. Já o Instituto de Engenharia vai cuidar da sua essência de fazer projetos, são grandes profissionais trabalhando no IEEA. Fazer projetos e estudos detalhados de determinadas regiões. E a Secretaria de Infraestrutura conta com uma equipe técnica que, além de fazer projetos, também funcionará como instrumento licitatório para grandes projetos de pontes, viadutos, estradas fundamentais e obras especiais, como a do Museu da Imagem e do Som, em Copacabana. Então, a nossa primeira grande tarefa é organizar esse arcabouço de obras importantes para o Rio de Janeiro em seus devidos lugares. Segundo desafio: fazer projetos. Então, nós estamos em busca de bons projetos em parcerias com as prefeituras, com diversos órgãos também do estado, para essa tarefa. Porque não basta ter recurso sem planejamento. Nesse momento, temos aplicado nossos esforços, por meio da Emop, da Cehab e do IEEA, em confeccionar projetos de interesse do Governo do Estado e da população.
Quais os municípios fluminenses que mais precisam de investimentos em infraestrutura?
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Olha, os 92 municípios têm muita necessidade, uma demanda reprimida de obras de infraestrutura de acordo com sua escala e densidade populacional. É claro que os municípios menores têm uma incidência, uma necessidade menor. Agora, onde existe uma densidade populacional maior é natural haver uma demanda maior. Nós temos que estudar o tamanho do território e manter um equilíbrio em relação à densidade populacional.
Quais obras de infraestrutura previstas para os próximos meses?
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Muitas. O Museu da Imagem e do Som é uma delas. Nós temos que concluir aquela obra e o governador já autorizou a liberação de R$ 52 milhões para isso. É uma obra que vai demandar cerca de 120 dias, no máximo, para que a gente consiga colocar os editais nas ruas (são 7 editais). Existem viadutos importantes, como dois em São João de Meriti: um na altura de Vilar dos Telles e outro próximo ao Shopping Grande Rio. São intervenções importantes, assim como outros viadutos que devem ser viabilizados para desobstruir o trânsito que atrapalha muito o tráfego na Rodovia Presidente Dutra e os moradores da Baixada; existem também pontes importantes como as de Resende e Barra Mansa; tem uma série de obras estruturantes para as quais estão sendo preparados os projetos para colocar no mercado as licitações no momento oportuno. São muitas as obras. Nosso desafio, como eu disse anteriormente, é preparar projetos, terminar alguns que já foram iniciados, outros que serão iniciados agora ou que estão em fase de planejamento.
O governador Cláudio Castro definiu que parte dos R$ 22 bilhões que serão recebidos pelo leilão da Cedae serão investidos em obras de infraestrutura e mobilidade urbana. Já há um planejamento do que será feito?
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Sim. Existe um entendimento, coordenado pelo próprio governador, no qual a Secretaria das Cidades, comandada pelo Dr. Uruan Andrade, tem uma parte importante desses recursos até pelo fato do DER (Departamento de Estradas e Rodagens) fazer parte do órgão. Parte destes recursos serão tocados aqui pela Secretaria de Infraestrutura, parte pelo Transporte, parte pela Secretaria de Meio Ambiente, todos com a visão de melhorar a infraestrutura e a logística do Estado do RJ.
Recentemente, a Firjan enviou ao Governador um documento com sugestões para melhoria da infraestrutura do Estado e a retomada da economia. Os pontos destacados pela Federação estão alinhados à secretaria?
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A grande maioria sim. É um grande e detalhado estudo. Eu quero aqui parabenizar a equipe técnica da FIRJAN, que fez um bom trabalho. Em breve teremos uma reunião com eles para debatermos cada ponto destacado como fundamental para melhorar a infraestrutura do RJ nesse momento. Um trabalho importante que será, quase na sua totalidade, aproveitado pela nossa equipe da Seinfra.
As obras de conclusão para a linha 4 do metrô para Gávea estão paradas desde 2015. Quando devem ser concluídas?
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Essa é uma obra vinculada à Secretaria de Transportes, e nós ainda não tivemos a primeira reunião com o atual secretário. Esse encontro deve ocorrer nos próximos dias para entendermos a necessidade da participação da Seinfra, que estará junto deles se precisarem de nós.
O senhor está atualmente no PSDB. Onde o partido estará nas eleições estaduais de 2022? Acredita que será uma eleição polarizada para o Governo do Estado?
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É muito cedo para tratar de eleição popularizada. Surgem diversas candidaturas que precisam, primeiro, se consolidar e confirmar. O certo é que o PSDB vai estar na campanha do governador Cláudio Castro.
Há poucos dias, um casal morreu por intoxicação causada por um vazamento de gás em um apartamento. Tramita na Alerj um projeto de lei de sua autoria, que está na Comissão de Constituição e Justiça, para alterar o modelo de inspeção de gás. Como é este projeto?
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Meu projeto é uma espécie de marco regulatório, porque o Rio de Janeiro não tem ainda uma legislação de alto alcance e detalhada em relação à autovistoria. E é algo que precisa ser feito. É um projeto de lei que está parado há muitos anos. Agora, nós puxamos um movimento para que possamos fazer um substitutivo que faça com que essa legislação seja a mais completa possível, até porque se trata da segurança das pessoas. Como estou licenciado por conta da Secretaria, assim que estiver publicado o novo presidente da Comissão de Minas e Energia, que será o Chiquinho da Mangueira, terei a possibilidade de apresentar a ele a proposta. Assim o debate poderá continuar e, logo, teremos a melhor e mais segura legislação em relação à vistoria de gás no Rio de Janeiro.
O déficit habitacional no estado é enorme. O que a Seinfra tem para fazer neste sentido?
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O Estado do Rio de Janeiro ainda tem um déficit de meio milhão de unidades habitacionais e passa de 300 mil moradias na capital. É preciso um planejamento e já estamos preparando um estudo para iniciar esta quebra de demanda, porque serão muitos anos em que precisaremos ter investimento em habitação. Mas precisa ter um programa, isso precisa começar. Eu tenho a determinação do governador para que tenha este planejamento e possamos começar a tratar desta demanda, que trata da construção de habitações populares e recuperação de alguns empreendimentos que ficaram paralisados no Estado do Rio de Janeiro.