Maria Célia desapareceu após ir a evento gospel na Baixada Fluminense - Arquivo Pessoal
Maria Célia desapareceu após ir a evento gospel na Baixada FluminenseArquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Há 45 dias, familiares e amigos realizam buscas e auxiliam a polícia a encontrar o paradeiro da professora e orientadora educacional Maria Célia de Oliveira Carvalho, de 51 anos. Evangélica, ela desapareceu após sair de casa, em Austin, distrito de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na noite do dia 25 de setembro, com destino a um evento gospel, na Lagoa do Sapo, em Japeri. Maria Célia, segundo testemunhas, teria solicitado um transporte por aplicativo e foi vista na companhia de um homem, ainda não identificado. Desde então, o aparelho celular da professora foi desligado e suas contas nas redes sociais não registraram acessos.
Abalados, familiares da professora já realizaram buscas em outras cidades e, até em outros estados, mas ainda sem sucesso. A família informou que, apesar de já ter sido acometida por transtornos psicológicos, ela não apresentava mudanças de comportamento, nos dias que antecederam o sumiço. A professora, que tem uma filha e dois netos, mantinha sua rotina de trabalho e gostava de participar dos cultos evangélicos. Além da possibilidade de solicitar, à Justiça, gravações de câmeras para recuperar possíveis imagens da professora, no percurso entre Austin a Japeri, a polícia investiga a informação de uma testemunha que teria visto Maria Célia, acompanhada de um homem, embarcando em um ônibus na Rodoviária Novo Rio, na Zona Portuária.
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“Estamos apreensivos e com uma dor muito grande. Com apoio dos amigos, averiguamos todas as informações e auxiliamos a polícia nas buscas à Maria Célia. Ela nunca ficou tanto tempo fora de casa e, apesar de morar sozinha, quando percebia que iria demorar em algum lugar, costumava avisar à filha ou aos irmãos. Não existiam problemas iminentes ou motivações aparentes para esse sumiço tão longo. Isso nunca ocorreu. Estamos num mundo de muitas maldades e tememos que ela esteja sofrendo algum tipo de violência. Ela sofre de dores crônicas nas articulações e precisa de remédios. Quem tiver informações, por favor, nos ajude”, disse, emocionada, a irmã da professora, a pedagoga Maria José Carvalho, de 63 anos.
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Investigações- As circunstâncias do desaparecimento e as buscas à professora estão a cargo da Delegacia de Homicídio da Baixada Fluminense (DHBF). De acordo com informações repassadas à família, os policiais solicitarão à Justiça imagens de câmeras da Rodoviária Novo Rio para confirmar a hipótese de Maria Célia ter embarcado em algum ônibus, bem como, a identificação do suposto homem, que estaria acompanhando à professora. A delegacia deixa à disposição da população o telefone (21) 98596-7442 (whatsapp) e ressalta a importância da colaboração com informações e denúncias, com garantia de total anonimato.
Baixada tem 40% dos casos de desaparecimentos no Estado
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De janeiro a setembro, de 2020, foram registrados 2.430 desaparecimentos de pessoas no Estado do Rio de Janeiro. Localizada na 3ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), a Baixada Fluminense corresponde a 40% dos casos, com 602 sumiços, no mesmo período. A região que integra as Zonas Norte e Oeste do Rio de Janeiro (RISP2), soma 642 ocorrências. Ambas regiões acumulam cerca de 80% do total de sumiços em todo o estado, conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).