Familiares e amigos realizam buscas há 16 dias para encontrar o paradeiro da adolescente Ysadora Ferreira Merces Yvanoski, de 13 anos, que desapareceu após sair de casa, no bairro Maria Paula, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Ysadora saiu de casa, por volta das 16 horas, do último dia 14 de julho, sem informar o destino e não retornou aos contatos dos pais. Ela vestia blusa branca e calça de moletom azul. As circunstâncias do desaparecimento estão sendo investigadas por policiais do Setor de Descobertas de Paradeiros (SDP) da Delegacia de Homicídios, em Niterói, que realizam diligências na região em busca da adolescente.
De acordo com a família, nos dias que antecederam o sumiço, Ysadora não demostrou mudança de comportamento. Contudo, as possibilidades de o desaparecimento ter sido motivado por um suposto conflito familiar ou aliciamento não foram descartadas.
Abalados, familiares fazem apelo às pessoas que porventura estiverem ou verem a adolescente para comunicarem o paradeiro às autoridades competentes. Além das investigações da polícia, o caso está sendo monitorado pelo Conselho Tutelar.
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“Minha filha é uma menina de 13 anos! Estamos apreensivos e preocupados, sobretudo, com a demora no retorno e a falta de notícias. Nesse momento, não importam as motivações. Vamos continuar as buscas até encontrá-la e a termos de volta. Nosso apelo é para todos, que, porventura vê-la, avisarem às instituições competentes”, disse o administrador George Wilson, de 56 anos.
Informações sobre o paradeiro da adolescente Ysadora Ferreira podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177) ou à SDP-Niterói ( 2717-2838), com total sigilo e garantia do anonimato.
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Desaparecimentos de adolescentes correspondem a cerca de 30% dos casos registrados
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram registrados 1.893 desaparecimentos, de janeiro a junho de 2021, no Estado do Rio de Janeiro. Contudo, segundo o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o sumiço de adolescentes, entre 12 a 17 anos, correspondem a cerca de 30% dos casos registrados. Segundo dados da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), cerca de 80% das ocorrências envolvendo menores estão relacionadas com algum tipo de conflito familiar. "Contudo, destacamos sempre que é um problema social em que as responsabilidades passam por âmbito interdisciplinar envolvendo a família, o Estado e todas as instituições de referências", reitera Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas da FIA.
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Psicóloga reitera a necessidade do diálogo e acompanhamento dos pais
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Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto, a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta a pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que oferecem auxílio psicossocial.
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