Isaak, de 11 anos, desapareceu na última sexta-feira, após sair do apartamento para brincar com amigos, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio Arquivo Pessoal

Familiares e amigos procuram, há seis dias, o menino Isaak do Carmo Félix, de 11 anos, que desapareceu após pular um vão entre a janela e a sacada do apartamento da família, em um condomínio residencial, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.
Isaak toma remédios controlados e, segundo a família, sofre de déficit de atenção e hiperatividade. De acordo com testemunhas, o menino teria sido visto embarcando em uma lotação que seguia em direção ao complexo rodoviário da Alvorada, na Barra da Tijuca.
O fato de não estar tomando os remédios controlados pode, conforme familiares, acirrar os sintomas e desencadear um surto, levando o menino a ficar andando a esmo e perder a noção de localização. Quando saiu de casa, Isaak usava camisa amarela, similar à da Seleção Brasileira de Futebol, bermuda e sandálias de borracha.
‘É uma dor muito grande’
Familiares disseram que Isaak mantinha a rotina de estudos em casa, mas, a necessidade do isolamento social, devido à pandemia, potencializa seus transtornos psicológicos e já motivou fugas ocasionais. “Ele gosta de sair do apartamento para brincar. Mas, diante de suas limitações, ficávamos vigiando os horários e a localização”, lembra o pai, o cozinheiro Jorge Costa Féliz, de 36 anos.
“São seis dias sem notícias. Já buscamos em diversos bairros e regiões. É uma dor muito grande. São aquelas perguntas que sempre nos atormentam: será que está comendo? Onde está dormindo? ”, disse, emocionada, a mãe do menino, a dona de casa Cremilda do Carmo, de 35 anos.
O caso foi registrado na 36ª DP (Santa Cruz) e comunicado à Fundação para Crianças e Adolescentes (FIA) e aos Conselhos Tutelares da Região, que contam com uma rede de apoiadores para ajudar nas buscas. Informações sobre o paradeiro do menino Isaak podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177), ao Programa SOS Criança Desaparecida da FIA ( 2286-8337 | 2334-8000) ou comunicado à polícia e órgãos competentes.
Conflitos e transtornos psicológicos podem ser gatilhos para desaparecimentos, alerta especialista
Segundo especialistas, a dificuldade de administrar conflitos e a potencialização de transtornos psicológicos são alguns dos gatilhos motivadores de desaparecimentos, em tempos de pandemia.
“Conviver com a pandemia tem gerado diversos conflitos familiares e transtornos, que, se não administrados, podem gerar inúmeros problemas, entre eles os desaparecimentos. Em relação às crianças e adolescentes, o diálogo é fundamental, pois, o isolamento impulsiona o uso exacerbado das redes sociais e os deixam expostos a uma rede de aliciadores”, ressalta Luiz Henrique de Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), que orienta às famílias procurarem apoio nos centros de atenção psicossociais (CAPS) de suas regiões e coloca à disposição os serviços oferecidos pela FIA.