Sumida há dois dias, Maria Eduarda, 13 anos, saiu da casa do pai e foi vista embarcando na garupa de uma motocicleta, em Rocha Miranda, na Zona Norte do RioArquivo Pessoal

Familiares e amigos realizam buscas, há dois dias, para encontrar o paradeiro da adolescente Maria Eduarda Moura dos Santos, de 13 anos, que desapareceu, na manhã da segunda-feira passada, após sair da casa do pai, em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.
De acordo com familiares, Maria Eduarda teria sido vista, pela última vez, embarcando na garupa de uma motocicleta. A adolescente saiu de casa à revelia dos pais, não informou o destino e tampouco avisou sobre supostos encontros. Ela não portava aparelho celular e usava uma roupa, tipo “jardineira”, das cores verde e branca.
A demora no retorno, no entanto, chamou a atenção da família, que resolveu solicitar ajuda de amigos e parentes. A mãe de Maria Eduarda, a doceira Adriana Moura Lima, de 32 anos, disse que a filha não costuma dormir fora de casa e ir a encontros com amigas sem avisar ou dar previsão de retorno.
“Como toda adolescente, ela gosta de sair e ficar com as amigas. Mas, a Maria Eduarda sempre foi caseira e a educamos não ficar na rua ou dormir fora sem avisar. Ela pediu para ficar na casa do pai, neste fim de semana, mas não retornou”, disse a mãe da menina, que mora em Vicente Carvalho e está acamada se recuperando de uma sequela proveniente da Covid-19.
‘Ela só tem 13 anos'
Desesperado com a demora, o pai da adolescente, o comerciário Carlos Henrique dos Santos, de 36 anos, faz buscas na região. “Ao percebemos essa demora, passamos a procurar na região e resolvemos pedir ajuda às instituições e comunicar à polícia, pois ela só tem 13 anos”, lamenta o pai.
Informações- O caso foi registrado na 40ª DP (Honório Gurgel). Informações sobre o paradeiro da Maria Eduarda podem ser repassadas aos telefones do Disque-Denúncia ((2253-1177) ou ao Programa SOS Crianças Desaparecidas ((2286-8337/98596-5296), ambos de forma anônima e com sigilo garantido.
Desaparecimentos de adolescentes têm maior número de registros, segundo Ministério Público
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram registrados 2.227 desaparecimentos, de janeiro a julho de 2021, no Estado do Rio de Janeiro. Segundo o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o sumiço de adolescentes, entre 12 a 17 anos, correspondem a cerca de 29% dos casos registrados. Dados da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), indicam que os conflitos familiares ainda são os principais motivadores dos sumiços, incidindo em cerca de 80% das ocorrências. Contudo, especialistas reiteram que a prevenção aos desaparecimentos requer a intervenção de grupos multifatoriais, incluindo a família, o Estado e as instituições competentes.

Psicóloga reitera a necessidade do diálogo e acompanhamento dos pais
Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto, a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta a pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que oferecem auxílio psicossocial.