Moradora da Rocinha, Amanda de Araújo, de 12 anos, foi encontrada na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, após quase 24 horas de buscas e mobilização de familiares e amigos Arquivo Pessoal

Após quase 24 horas de buscas e mobilização de dezenas de pessoas, familiares conseguiram localizar a menina Amanda de Araújo Barrozo Muniz, de 12 anos, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Ela foi reconhecida, após a matéria ser divulgada no DIA Online, e levada até um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Técnicos da unidade encaminharam a adolescente até o Conselho Tutelar da Rocinha, que fizeram o acolhimento até a chegada da família.
Amanda estava desaparecida desde o início da noite da última quarta-feira, após sair de casa, à revelia da família, na Comunidade da Rocinha, na Zona Sul da cidade. Diagnosticada com distúrbios neurológicos, a adolescente faz uso de remédios controlados e necessita de cuidados especiais. Familiares ainda não sabem como a menina fez o trajeto até a Ilha do Governador. Eles comunicaram o encontro à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), que, com apoio do Conselho Tutelar da Rocinha, investigará as circunstâncias do desaparecimento.
Aliviada, a cabeleireira Karina de Araújo, de 28 anos, agradeceu a rede de apoiadores, entre familiares, vizinhos, amigos e todas as instituições envolvidas nas buscas à filha. Ainda sem saber como Amanda foi parar tão longe de casa, sobretudo devido às deficiências neurológicas, a cabeleireira disse que, agora, pretende se recuperar do susto, após ficar sem dormir por várias horas, e dar sequência aos tratamentos de saúde da filha.
“Foram momentos difíceis! Não quero isso para ninguém. Ficar sem notícias de um filho perdido é uma sensação horrível. Mas, graças a Deus, conseguimos encontrá-la. Agradeço a todas as pessoas que se prontificaram a ajudar nas buscas. Ela se descolou por cerca de 40 quilômetros. Não sabemos como foi parar na Ilha do Governador. O caso já foi comunicado à polícia. O mais importante é que está de volta e vamos ser ainda mais cuidadosos com ela!”, disse, emocionada, a cabeleireira, que tem outro filho, de 8 anos. 
Especialista destaca ações de prevenção aos sumiços 
De acordo com Luiz Henrique Oliveira, gerente do programa SOS Crianças Desaparecidas da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), a prevenção é um dos caminhos eficazes para casos de desaparecimentos de crianças e adolescentes. Oliveira destaca, entre outros, o uso de pulseiras com identificação e disponibilização de orientações prévias sobre a saúde e a documentação em dia.
"São ações simples, que no dia-dia, podem prevenir os desaparecimentos e ajudar nas buscas, sobretudo de crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência", ressaltou Oliveira, destacando o lançamento, há poucos dias, da cartilha de orientação e prevenção ao desaparecimentos, em uma ação conjunta da FIA e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que está disponibilizada no site das instituições. 
Como evitar o desaparecimento de crianças
- Procure sempre identificar a criança ao sair de casa
- Faça a carteira de identidade ainda na infância
- Mantenha as crianças sob supervisão constante de um adulto
- Não deixe um criança não toma conta de outra criança
- Não demore 24h a denunciar à polícia
- Nunca ignore uma criança sozinha
- Fique atento às mudanças de comportamento
- Escute seu filho e sua filha
- Ensine as crianças a não aceitarem presentes de desconhecidos
- Não deixe crianças e adolescentes responderem a “pesquisas”
- Cuidado com acessos às mídias sociais e internet
- Sempre espere seu filho e sua filha entrar na escola