Maria Eduarda, de 15 anos, está desaparecida há dois dias, após sair de casa, levando uma mochila e uma bolsa, em Realengo, na Zona Oeste do Rio Arquivo Pessoal

Familiares e amigos procuram, há dois dias, pelo paradeiro da estudante Maria Eduarda Machado Neiva, de 15 anos, que desapareceu, na tarde da última quarta-feira, após sair de casa, localizada em um condomínio, no bairro Realengo, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com familiares, há cerca de uma semana, Maria Eduarda estaria trocando mensagens com uma pessoa na Internet. E, desde então, estaria apresentando mudanças de comportamento, evitando falar  sobre as mensagens e omitindo um suposto relacionamento à família.
Preocupado com a segurança da estudante, um dos irmãos a teria alertado sobre os riscos dessas mensagens pela internet. A adolescente nunca havia saído de casa ou ficado tanto tempo sem avisar. A família acredita na possibilidade de a estudante ter sido aliciada por outra pessoa, que, independente da idade, quando identificada, poderá ser indiciada criminalmente.
“Estamos realizando buscas desde o dia do sumiço. Minha irmã jamais saiu de casa sem avisar. A família achou estranho o comportamento da Maria Eduarda, após algumas trocas de mensagens na web. Ela tentou omitir e apagou os textos. É uma adolescente e precisa ser alertada sobre riscos. Estamos todos apreensivos, mas já comunicamos à polícia e passamos as informações para ajudar nas buscas”, disse o publicitário Kairan Filipi, de 29 anos.
Maria Eduarda cursa o 9º ano em uma escola particular, em Bangu. Na última quarta-feira, ela foi à escola, pela manhã, e retornou para casa à tarde. O sumiço ocorreu por volta das 16h45. A estudante, que usava um top amarelo e short branco, carregava mochila verde e uma bolsa de mão. O celular da estudante, conforme familiares, está com sistema de bloqueio de chamadas ativado. 
Carro branco
O sumiço da estudante foi registrado na Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), na Cidade da Polícia, em Benfica. Imagens de câmeras mostram a estudante saindo do condomínio. Outra imagem, gravada por um circuito comercial da região, mostra uma adolescente, com as mesmas características da Maria Eduarda, embarcando em um carro branco. O material será analisado. A possibilidade de aliciamento não foi descartada, mas, nenhuma hipótese será descartada, de acordo com informações repassadas à família.
Informações sobre o paradeiro da Maria Eduarda podem ser repassadas à DDPA (2202-0338) ou ao Disque-Denúncia (2253-1177), de forma anônima e com sigilo garantido.

Especialista alerta para os riscos de aliciamentos nas redes sociais
Aventuras envolvendo adolescentes são comuns, contudo, a inexperiência faz elevar os iminentes riscos, sobretudo, quando são aliciados, por estranhos, em redes sociais. Segundo Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), o número de crianças e adolescentes sumidos após encontros marcados pela Web vem aumentando e as famílias precisam estar atentas para orientar os filhos.
“ Sempre alertamos que existe uma rede de aliciadores que usa as redes sociais para praticar crimes. O uso da internet é fundamental na vida moderna, nos estudos, mas necessita de cuidados e limites, sobretudo, quando crianças e adolescentes ficam expostos. Os pais devem ficar sob alerta, sobretudo, quando os filhos ficam muito tempo na Internet ou introspectivos. O diálogo sempre é a melhor forma de prevenção para essas aventuras e desaparecimentos”, alerta Oliveira.
Psicóloga reitera a necessidade do diálogo e acompanhamento dos pais
Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto, a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta a pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que oferecem auxílio psicossocial.