Maria Eduarda, de 15 anos, foi localizada pela família, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, após, ficar dois dias desaparecida, ao sair para encontrar com uma pessoa que conheceu nas redes sociais Arquivo Pessoal

Após repercussão na mídia e divulgação do desaparecimento no DIA Online, a estudante Maria Eduarda Machado Neiva, de 15 anos, foi localizada pela família, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, nesta sexta-feira (25).
A adolescente estava sumida, há dois dias, após sair de casa, em Realengo, para ir a um encontro, com uma pessoa desconhecida, marcado pelas redes sociais. Segundo familiares, temendo iminentes represálias, sobretudo, por conta da repercussão do caso, a própria pessoa que estava com a estudante teria recomendado que ela retomasse o contato.
Ao receberem um contato telefônico, dois irmãos da estudante foram ao local marcado e encontraram a estudante, que contou ter ficado com a pessoa com quem estava se relacionando pela web. As circunstâncias do sumiço serão investigadas pela Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), que ouvirá todos os envolvidos no caso e tomará as medidas cabíveis.
Além da angústia de familiares e amigos, que se mobilizaram nas buscas, o sumiço da estudante reacende o debate sobre os riscos dos relacionamentos e aliciamentos pela web, sobretudo, quando envolvem crianças e adolescentes, apontados como as vítimas mais vulneráveis.
“Para todos nós da família, o sumiço da Maria Eduarda trouxe uma sensação nova, de fragilidade, porque nunca acreditamos que acontecerá conosco, sobretudo, quando sabemos dos riscos desse tipo de relação, amplamente divulgado na mídia. Minha irmã é uma adolescente que, como centenas de outras meninas, podem ser aliciadas na web. Ainda bem que o caso dela teve um final feliz. Agradecemos às pessoas que se mobilizaram nas buscas”, disse o publicitário Kairan Filipi, de 29 anos.

Especialista alerta para os riscos de aliciamentos nas redes sociais
Aventuras envolvendo adolescentes são comuns, contudo, a inexperiência faz elevar os iminentes riscos, sobretudo, quando são aliciados, por estranhos, em redes sociais. Segundo Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), o número de crianças e adolescentes sumidos após encontros marcados pela Web vem aumentando e as famílias precisam estar atentas para orientar os filhos.
“ Sempre alertamos que existe uma rede de aliciadores que usa as redes sociais para praticar crimes. O uso da internet é fundamental na vida moderna, nos estudos, mas necessita de cuidados e limites, sobretudo, quando crianças e adolescentes ficam expostos. Os pais devem ficar sob alerta, sobretudo, quando os filhos ficam muito tempo na Internet ou introspectivos. O diálogo sempre é a melhor forma de prevenção para essas aventuras e desaparecimentos”, alerta Oliveira.
Psicóloga reitera a necessidade do diálogo e acompanhamento dos pais
Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto, a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta a pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que oferecem auxílio psicossocial.