Estudante Guilherme Vieira, de 16 anos, está desaparecido desde a manhã da última terça-feira, quando saiu de casa, em Irajá, na Zona Norte do Rio, para ir à escola Arquivo Pessoal

Familiares e amigos realizam buscas para encontrar o paradeiro do estudante Guilherme Vieira do Nascimento, de 16 anos, que desapareceu, na manhã da última terça-feira, após sair de casa, em Irajá, na Zona Norte do Rio.
Segundo a família, o sumiço ocorreu por volta das 7h, quando o adolescente, diariamente, costuma seguir rumo à Escola Estadual Mato Grosso, em Vista alegre, a cerca de dois quilômetros da residência. Guilherme, que cursa o 2º ano do Ensino Médio, usava camisa branca do uniforme, bermuda e tênis pretos, além da mochila. Ele não levou o aparelho celular.
A direção da escola confirmou à família que Guilherme não esteve na unidade na última terça-feira. A demora no retorno e a falta de informações deixaram os familiares aflitos. Eles acionaram a polícia, o conselho tutelar e iniciaram as buscas na região. O estudante não tem problemas de saúde e tampouco faz uso de remédios controlados.
‘ Meu irmão nunca saiu de casa sem avisar’
“Já fomos em diversas unidades de saúde, abrigos, pedimos apoio ao Corpo de Bombeiros e as polícias militar e civil. Meu irmão nunca saiu de casa ou dormiu fora sem avisar. Ele deixou o celular e as chaves em casa. A família está abalada e até os amigos estranharam o sumiço”, disse a historiadora Stefany Vieira do Nascimento, de 29 anos, irmã do estudante.
Câmeras- Após o sumiço, familiares e vizinhos vasculham áreas residências e comerciais que usam circuitos de câmeras para obterem pistas e informações sobre o paradeiro do Guilherme. O caso foi registrado na 38ª DP (Irajá) e será encaminhado à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA), na Cidade da Polícia, no Jacaré.
Informações sobre o adolescente podem ser repassadas ao Disque-Denúncia (2253-1177), à DDPA (2202-0338) ou ao Programa SOS Criança Desaparecida da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), que disponibiliza os contatos (2286-8337/98596-5296).
Desaparecimentos de adolescentes têm maior incidência, segundo Ministério Público
De acordo com o Instituto de Segurança Púbica (ISP), em janeiro de 2022 foram registrados 419 desaparecimentos de pessoas no Estado do Rio de Janeiro. São 37 casos a mais, em comparação a janeiro do ano passado, que registrou 382 registros. O sumiço de adolescentes (12 a 17 anos), que tem maior incidência em comparação a outras faixas etárias, soma 28,51% do total.
Conflitos familiares e riscos de aliciamentos nas redes sociais
Aventuras envolvendo adolescentes são comuns, contudo, a inexperiência faz elevar os iminentes riscos, sobretudo, quando são aliciados, por estranhos, em redes sociais. Segundo Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), o número de crianças e adolescentes sumidos após encontros marcados pela Web vem aumentando e as famílias precisam estar atentas para orientar os filhos. Os conflitos familiares, quando mal administrados, também acabam contribuindo para os sumiços.   
“ Sempre alertamos que existe uma rede de aliciadores que usa as redes sociais para praticar crimes. O uso da internet é fundamental na vida moderna, nos estudos, mas necessita de cuidados e limites, sobretudo, quando crianças e adolescentes ficam expostos. Os pais devem ficar sob alerta, sobretudo, quando os filhos ficam muito tempo na Internet ou introspectivos. O diálogo sempre é a melhor forma de prevenção para essas aventuras e desaparecimentos”, alerta Oliveira.
Necessidade do diálogo e acompanhamento dos pais são fundamentais, reitera psicóloga
Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto, a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta a pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que oferecem auxílio psicossocial.