Lula e Bolsonaro em suas respectivas posses, em 2023 e 2019Montagem O Dia/ Ricardo Stuckert/PR/ Carolina Antunes/PR

A ex-secretária da Cultura Regina Duarte foi criticada por internautas após usar as redes sociais para compartilhar notícias falsas relacionadas à cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em publicação, a atriz, que é apoiadora de Jair Bolsonaro (PL), alegou que a faixa usada pelo petista é falsa.

No post, Regina Duarte compartilhou uma montagem comparando a faixa usada por Lula com a usada por Bolsonaro, em 2019, no dia da posse. "Até a Faixa é uma fraude! Alexandre de Moraes entrega faixa fake para o ladrão pousar de presidente!", escreveu.
Nos comentários, diversos famosos criticaram o post da ex-secretária. A atriz Drica Moraes questionou: "Faixa fake, Regina? Faixa fake?"
"Respeite o presidente eleito. Deixe de ser antidemocrática. Você tem netos. Não os ensine a desrespeitar o Presidente da República. Você devia ter se oposto à extinção do nosso ministério. A classe está chocada com você, Regina. Uma história linda você escreveu e está dando conta de apagar. Aceite o resultado das eleições. Ou então desista de pronunciar a palavra democracia", escreveu a também atriz Elisa Lucinda.
"Regina, Regina. Que enorme vergonha você está passando!", publicou o comediante Rafael Cortez. A apresentadora Astrid Fontenelle também se posicionou: "Regina, converse mais com seus filhos. Lembre ou reveja seu passado profissional. A faixa não é fake, mais uma vez estão usando da sua "ingenuidade"."
Outros internautas alertaram: "Espalhar fake news é crime Regina. Sugiro que se informe antes de replicar algo", disse um. "A faixa só é um modelo mais antigo que a do Bolsonaro. Vá viver sua vida, se de um pouco de paz, é lamentável ver tu passar tanta vergonha em fim de carreira como tá", comentou outro. "Faixa antiga porque seu candidato roubou a atual", acusou mais um.
O argumento compartilhado por ela foi postado em uma página de apoio a Jair Bolsonaro e repostado no perfil de Regina. O episódio faz parte de uma teoria falsa sustentada por alguns opositores de Lula de que a cerimônia de posse do petista teria sido uma "encenação".
Embora a peça recebida pelo petista tenha um design diferente da vestida por Bolsonaro, ela é oficial.

Então por que as faixas são diferentes?
O que nem todo mundo sabe é que existe mais de uma faixa presidencial oficial.
Duas versões da peça são guardadas dentro do Palácio do Planalto: uma mais antiga e outra mais recente. A que Lula usou no último domingo (1º) é a mais antiga, a mesma usada por Dilma em 2015.
A faixa usada por Bolsonaro em 2019 foi produzida a pedido do atual presidente, quando ele ocupava o Planalto pela primeira vez.
A equipe do petista informou que ele mesmo decidiu usar a faixa mais velha nesta posse, já que foi a mesma que ele vestiu quando assumiu seu primeiro mandato como presidente, em 2003.
Este modelo foi estreado por Fernando Collor de Mello, em 1991. Antes de Lula, a última vez que ela foi vista foi em 2017, na posse de Michel Temer (MDB).
Já a versão mais recente, comprada por Lula em 2008 e usada por Bolsonaro, também foi vestida por Dilma, em seu primeiro mandato.
Lula recebeu a faixa presidencial na tarde desse domingo das mãos de um grupo de pessoas a quem se referiu como "representantes do povo brasileiro". A escolha foi feita pela própria direção do PT após Bolsonaro se recusar a passar a faixa.
Os escolhidos foram: Ivan Baron, com paralisia cerebral provocada por uma meningite viral; o menino Francisco, de 10 anos, morador de Itaquera; cacique Raoni Metuktire, 90 anos, uma das principais lideranças indígenas do Brasil, reconhecido mundialmente; Weslley Rodrigues Rocha, de 36 anos, metalúrgico do ABC desde os 18 anos; Murilo de Quadros Jesus, 28 anos, professor de português e morador de Curitiba e Jucimara Fausto dos Santos, cozinheira e moradora de Maringá; Flávio Pereira, 50 anos, artesão que esteve presente na vigília em Curitiba durante a prisão de Lula; e Aline Sousa, 33 anos, mãe de sete filhos e faz parte da terceira geração de catadores da família. 
*Com informações do Ig