Rio - Seis meses longe de casa, experiência em Parintins, no Amazonas, artista responsável por carro alegórico da Grande Rio, falou, nesta quarta-feira, sobre o sacrifício e a alegria de ser campeão pela escola. Nerildo Jacaúna, de 41 anos, mora em Manaus e veio para o Rio para seu primeiro trabalho no carnaval carioca.
"Estou há seis meses, vou fazer sete, longe de casa. Mas a emoção é grande e quando você vê o seu trabalho entrando na avenida, dando tudo certo, é uma satisfação muito, muito, muito grande. Gratificante. Ainda mais quando você vê que toda essa arte e empenho resultaram em um título para as escola. É sem palavras", comentou o artista.
Nerildo foi responsável pelo quarto carro da escola de Duque de Caxias. A alegoria leva o nome "Dobra o Surdo de Terceira: Folia Exusíaca", que trazia elementos carnavalescos, como um gigante bate-bola.
"Nossa ideia é contribuir para a cultura carioca, que é o Carnaval. a gente sempre procura fazer o melhor, trazer nossa arte. Assim como a gente trabalha no festival de Parintins, a gente vem para cá", explicou.
"A construção do nosso carro ela se deve desde a estrutura de ferragens e depois fizemos as peças de movimento, que eram o bate-bola. A peça mexia a cabeça, os braços e as pernas, o que trazia uma certa complicação", revelou Nerildo.
"A gente sempre procura fazer um trabalho com segurança, mas sempre tem um receio de que algum problema poderia ocorrer", declarou o artista, que atua como ferreiro de movimento.
A Grande Rio foi campeã com o enredo em homenagem ao orixá Exu. O samba trazia o nome "Fala, Majeté! Sete chaves de Exu". O título da escola é o primeiro desde a fundação da escola, no fim da década de 1980.
Na Apuração desta terça-feira, a escola só perdeu três décimos no quesito samba enredo e ficou três décimos à frente da Beija-flor. Antes disso, a Grande Rio já tinha chegado perto do título em quatro oportunidades com vice-campeonatos em 2006, 2007, 2010 e 2020.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.