Gabriel SanchesFoto: Oseias Barbosa

Com 33 anos de idade, sendo 15 deles dedicados as artes, o brasiliense Gabriel Sanches tem motivos de sobra para comemorar o atual momento na carreira. O ator, que voltou ao ar na reapresentação de ‘Pega Pega’ onde interpreta a Drag Queen Rúbia, destacou a importância da personagem na atualidade durante um bate-papo com a nossa coluna.

"Drag é uma expressão que existiu sempre como uma arte marginal, de nicho. Não havia oportunidade para drag queens, transformistas, travestis e transexuais, lésbicas, gays, LGBTQIA+ em geral nos espaços de destaque e reconhecimento senão como alegorias, coisas tratadas como exóticas que deveriam permanecer sob controle de uma sociedade conservadora. Poder ter interpretado um drag queen na televisão da forma como fizemos é um sinal e, ouso dizer, prenúncio de que as coisas estão mudando.", festeja Gabriel, que também estará na novela ' Quanto Mais Vida Melhor', a substituta no horário das 19h.

Rúbia foi o primeiro papel de destaque de Gabriel na TV. Para ele, diferentes motivos explicam como a personagem foi ganhando mais força no decorrer da trama, além de representar a esperança por mais espaço para as diversidades.

"Não sabíamos muito bem onde tudo ia dar. Eu ia atuando, os capítulos iam ao ar, a Claudia Souto, autora, ia escrevendo e acho que todos nós fomos nos envolvendo juntos e nos apaixonando. Acho que essa era uma característica marcante da Rúbia, ela era apaixonante, doce, amiga, sincera com as próprias emoções, muito frágil e ao mesmo tempo uma força da natureza. Esse sentimento de comunidade precisa ser muito reforçado em nós para que cada vez mais haja inclusão e equidade na nossa sociedade.", ressalta o ator.

Na trama, Gabriel contracenou com grandes nomes da teledramaturgia brasileira, dentre eles Marcos Caruso, Elizabeth Savalla, Guilherme Weber e Ângela Vieira. Nesse sentido, o ator também destacou que interpretar a personagem significou um momento de superação e também o ajudou a continuar acreditando em si próprio.

"A Rúbia foi como uma nova esperança que se abriu em um momento em que eu passava por muita coisa difícil na vida pessoal. O meu trabalho me dignifica, norteia, dá sentido e está no âmbito do privilégio nesse momento. Tento, com a minha arte, seguir nessa luta, nessa inspiração para que outros vejam que sim há como continuar de cabeça erguida e continuar em frente. Sem dúvida, foi isso que tentei transmitir com a Rúbia e é tudo que tento passar diariamente, porque eu sou o meu trabalho e o meu trabalho sou eu.", finaliza Gabriel.