Taís Araujo e Seu Jorge em Pixinguinha – Um Homem CarinhosoDivulgação/Páprica Fotografia

Rio - A atriz Taís Araújo está feliz da vida com o avanço da vacinação no país e a consequente retomada da agenda de lançamentos do cinema brasileiro. Aos 42 anos, a artista estrela, ao lado de Seu Jorge, o longa "Pixinguinha - Um Homem Carinhoso", baseado na vida do compositor, que é o considerado o pai da música brasileira. O filme mostra ainda a cumplicidade e amor entre o músico e a esposa, Betí, personagem de Taís. Em entrevista ao DIA, a atriz comemora o lançamento e a potência da narrativa.
“Conseguir lançar um filme nesse momento é uma vitória. O cinema é um mercado muito importante, que movimenta e remunera um número grande de cidadãos brasileiros. São chefes e chefas de família. A gente não pode deixar esse mercado parar”, diz a atriz, que recebeu com entusiasmo o convite da diretora Denise Saraceni.
“Eu faria qualquer coisa que a Denise me pedisse, sobretudo, um filme sobre a vida do Pixinguinha e dessa mulher incrível, grande parceira da vida dele, uma artista que abriu mão da carreira pela família. Uma mulher em outra época. Poder falar como as mulheres encaravam um casamento e discutir sobre isso faz todo o sentido”, acredita.
Taís ainda conta que teve um intenso preparo para interpretar Betí. “Aprendi a tocar bandolim, tem uma cena que eu canto, outra no trapézio. Olha, foi um trampo, mas foi muito legal mergulhar nesse universo… A cena mais linda é a que eles estão dançando quando conseguem pagar a casa. É muito linda”, garante. 
Justa homenagem
Dirigido por Saraceni e Allan Fiterman, com roteiro de Manuela Dias, o longa mostra a trajetória de Pixinguinha desde os 14 anos até a sua morte, passando pela temporada de seis meses em Paris, o casamento com Betí e problemas da vida pessoal, como o alcoolismo e a dificuldade de ter filhos. Para Taís, é importante resgatar figuras negras relevantes, principalmente no Mês da Consciência Negra, mas não somente nele.
“Pixinguinha merece todas as honras porque é um gênio da nossa música. No Mês da Consciência Negra, sobretudo, vale ressaltar a importância desse homem, mas não só em novembro. Ele levou o Brasil e o chorinho para fora, além da importância daquela família negra nem um momento próximo da escravatura no Brasil”, diz.
Contando a vida de uma família negra nas telonas, a atriz reflete sobre os avanços no campo da representatividade, mas destaca que há muito para fazer. “Eu percebo uma mudança, mas que tampouco é proporcional ao número de brasileiros. A gente vê uma mudança nas narrativas publicitárias e na dramaturgia, mas ainda tem muito o que caminhar. Fico pensando no quanto é importante trabalhar as subjetividades do povo negro também. Esse é o próximo caminho”, reflete.
Projetos na TV
Além do novo filme, Taís comemora a experiência de participar como jurada do “The Masked Singer”. “Acabou há poucas semanas e estou com saudades. Foi maravilhoso, uma grata surpresa. A gente sabia que era legal, mas não sabia que ia se tornar um fenômeno. Adorei estar com Simone, Rodrigo, Eduardo e Ivete. Eu adoraria fazer a segunda temporada, mas tenho novela no ano que vem. Começo a me preparar em janeiro e gravar em fevereiro. Estou fazendo força para que eu esteja”, revela.
Mas não será necessário esperar a estreia de “Cara e Coragem”, novela das 19h que deve estrear em maio de 2022, para ver Taís nas telinhas. Ainda neste ano, a atriz estreia a nova temporada da série “Aruanas”, no Globoplay. “A gente já filmou, estreia dia 25 de novembro e estou muito feliz. Tenho muito orgulho de participar. É um assunto muito urgente”, conta.
Sonhos
Depois de tantas conquistas na carreira, a mulher de Lázaro Ramos e mãe de Maria Antônia e João Vicente diz que ainda tem muitos desejos. ”Tenho todos os sonhos dentro de mim. Como atriz, tenho muito teatro para fazer. Estou louca para voltar com ‘O Topo da Montanha’ e fazer outras peças. Quero continuar empresariando a minha carreira. Quero fazer muita novela, nunca fiz uma vilãzona, só fiz a Hellen (de 'Cobras e Lagartos'), que era uma anti-heroína, eu quero fazer uma vilã... Tenho muita vontade de dar mentoria para outras atrizes e de praticar mais o lugar de apresentadora”, enumera.
“Quero e vou fazer porque sou sagitariana, eu caço as oportunidades, não fico sentada não, eu faço as coisas acontecerem e vou atrás. Não tenho menor problema de pedir trabalho, me oferecer, falar com um diretor ou diretora: ‘quero trabalhar com você’. Não existe conquistar e sentar no que se conquistou. É ir sempre melhorando. Essa é uma carreira que não tem fim. A gente fala sobre gente e tem muitas histórias a serem contadas ainda. Quero poder passear por muitas delas”, completa.