Dra. Márcia Ferreira venceu a Covid-19 - Arquivo Pessoal
Dra. Márcia Ferreira venceu a Covid-19Arquivo Pessoal
Por O Dia
Para muitas pessoas, uma cidadã exemplar. Para os filhos, uma mãe guerreira. A vida de Marcia Ferreira, 48 anos, cardiologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), foi chacoalhada após testar positivo para o Covid-19 frente a intermináveis e exaustivos plantões médicos.
-Minha maior preocupação, no começo, era fazer de tudo para não infectar meu marido e meus filhos-  conta.

A niteroiense foi diagnosticada no dia 18 de abril e passou 14 dias afastada do CHN e de um hospital público onde trabalha até sua completa recuperação.
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-Um dia, cheguei em casa com muita dor. Por isso, já imaginei que pudesse estar infectada. Logo me isolei totalmente, pedindo que minha família mantivesse distância. Como tive sintomas leves, como dores no corpo e coriza, não precisei ser internada. Além disso, tenho em casa um medidor de oxigênio – portanto, sabia que não estava sofrendo graves riscos- disse.
Marcia mora com seu marido e dois de seus três filhos, de oito e 17 anos, respectivamente – sua filha mais velha, de 32 anos, vive na Austrália. Dessa forma, a médica conta que o maior desafio da família foi adaptar a rotina para evitar riscos.

-Meu marido, no começo, ficou muito preocupado com a minha saúde. Já meu filho do meio se mostrava otimista, pois dizia que eu sempre conseguia dar a volta por cima. Para o mais novo, precisamos educá-lo sobre a doença e sobre o que não fazer, pois às vezes abria a porta do quarto para checar se eu estava bem. Dizia que queria construir uma máquina para me curar - conta rindo.
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O apoio da família foi fundamental para a recuperação da Dra. Márcia - Arquivo Pessoal

 
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- Foram sete dias em que eu não saí do quarto para nada. O mais longe que chegava era até a porta para receber as refeições que minha família me deixava. Comecei a transitar mais pela casa de máscara após a primeira semana, mas com higienização constante por parte de todos. Minhas roupas eram guardadas numa sacola plástica e eu mesmo as lavava. Reconheço que sou muito privilegiada, pois o suporte da minha família foi essencial para a minha recuperação. Todos respeitaram o isolamento e me ajudaram da melhor forma possível -comenta.
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No entanto, o diagnóstico positivo de Marcia não foi exclusivo na família. -Fiz meu exame junto com meu irmão, que também estava sentindo alguns sintomas. Ele também testou positivo, embora tenha sido um caso mais grave. Enquanto me preocupava com minha própria saúde, em casa, ficava tensa por causa dele- comenta sobre o irmão, que foi internado no dia 21 de abril.

Para Márcia, os desafios de ser mãe e médica em um momento de pandemia são grandes, mas ela afirma que se enche de motivação com o apoio da família e “ao ver profissionais da saúde engajados e otimistas durante uma época tão complicada. Ficar afastada para me cuidar foi importante para recompor minha energia. Mas é preciso voltar. Eu estou pronta para voltar à atividade”.