Empreendedora Jaciana Melquiades:  bonecas negras - Divulgação
Empreendedora Jaciana Melquiades: bonecas negrasDivulgação
Por O Dia

Nas últimas semanas uma onda de protestos estourou em todo o mundo, após o assassinato do ex-segurança negro George Floyd, asfixiado por um policial em Minneapolis, nos Estados Unidos. Infelizmente, o racismo ainda é uma realidade triste também aqui no Brasil, mas para cada ato de desamor como esse, além da aplicação da lei, é preciso que surjam lições de vida e de esperança. É por isso que esta semana nossa entrevistada é a historiadora e empreendedora Jaciana Melquiades, mulher poderosa, que abriu uma fábrica de sonhos e fez dela um lindo ofício.

Com o início da pandemia e consequente fechamento do comércio, Jaciana Melquiades, de 36 anos, achou que seu sonho de infância estava indo por água abaixo. Em 2019, a educadora inaugurou a Era Uma Vez o Mundo, primeira loja física de bonecas negras no país. O empreendimento ia bem, com duas unidades abertas, uma em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, e outra em um shopping de Madureira, na Zona Norte da cidade, que foi aberta em conjunto com o coletivo Pop Afro, formado por 11 criadores negros que se mobilizaram para montar o espaço. Os planos para 2020 incluíam a expansão para São Paulo, até que em 13 de março, Jaciana precisou fechar as portas e viu as vendas despencarem. Em maio, um tuite mudou o cenário.

"Eu escrevo muito nas redes sociais e aquele foi um desabafo. Hoje, temos 11 famílias que dependem desse trabalho, incluindo a minha. Temos o objetivo de gerar renda para quem está em situação de vulnerabilidade, pessoas que não conseguem entrar no mercado de trabalho pela idade avançada ou mulheres que precisam sustentar suas casas sozinhas. Existe um processo educativo por trás desse emprego, e eu me sinto responsável por fazer essa renda continuar acontecendo", explicou Jaciana.

O post teve mais de seis mil curtidas e quase dois mil compartilhamentos. Além disso, uma pessoa desconhecida criou uma mensagem de Whatsapp, que também viralizou e ajudou a alavancar as vendas.

Antes da pandemia, a Era Uma Vez O Mundo tinhas três pilares com base no contato presencial: a venda de brinquedos representativos, as oficinas de formação para professores ou pessoas interessadas em educação antirracista e o Ebaa, Espaço para Brincadeiras Artesanais Afro-Referenciadas, onde os educadores explicam as brincadeiras africanas e conceitos que as envolvem para crianças.

Com as lojas fechadas, foi preciso se reinventar. Hoje, as costureiras trabalham de casa, e Jaciana faz a entrega da matéria-prima para a confecção das peças e depois recolhe o material já finalizado para evitar ao máximo o contato. As oficinas, antes presenciais, estão ganhando formato online. Só o que não mudou foi o amor e a vontade de fazer dar certo.

"Quando eu era criança, não tive acesso a bonecas negras, meu filho nasceu em 2011 e comecei a produzir brinquedos que pudessem ajudá-lo a crescer saudável, e essas ferramentas fazem parte da nossa loja, que só nasceu oito anos depois. Pesquisas mostram que apenas 7% das bonecas disponíveis no mercado são negras e é preciso desmistificar a ideia da grande indústria de que não há interesse por comprar esse produto, isso não é verdade. É possível, é rentável e existe demanda", afirma a empreendedora.

Enquanto a pandemia do novo coronavírus não acaba, os serviços e peças da loja estão disponíveis no site https://eraumavezomundo.com.br.

 

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