As mudanças de hábito precisam ir além do uso da máscara - Pixabay
As mudanças de hábito precisam ir além do uso da máscaraPixabay
Por O Dia
O ano de 2020 começou e ninguém imaginava a reviravolta que o mundo viveria. O coronavírus veio para reformular nossas ideias sobre relações pessoais, trabalho, vivência em casa e nossa saúde. Para falarmos sobre a adaptação à nova realidade pos-quarentena que começamos a passar, participei de uma live no Instagram com o médico ortomolecular Dr. João Marcello Branco (@drjoaobrancooficial). Confira um pouco do nosso bate-papo.

No chamado “novo normal” precisaremos mudar hábitos, alguns diretamente relacionados à saúde, como nos mantermos ativas. Como será a prática de atividade física?
Todos temos incertezas sobre como vai ser daqui pra frente, mas uma coisa é certa: a maneira como nos portamos nos ambientes irá mudar. Não vamos mais frequentar academias como era antes. Mas isso não quer dizer que vamos praticar menos atividades físicas, pois precisamos repensar maneiras de aproveitar o espaço em casa ou ao ar livre para nos exercitarmos. O importante é se manter em movimento, pois é parte fundamental para a manutenção da saúde.

Outro pilar da boa saúde é alimentação. Em tempos de pandemia, a comida acabou sendo um refúgio pra muita gente. É necessário repensar nossa relação com a alimentação?
Com o isolamento, mais parados em casa, nosso ritmo endócrino e metabólico mudou. Mas precisamos achar o eixo do equilíbrio. É necessário adequar hábitos alimentares, período de alimentação e estilo de vida à restrição de gasto calórico que agora temos. Para isso, precisamos repensar o aporte energético, buscando consumir as calorias que seremos capazes de queimar, senão seria como um automóvel que está parado, insistíssemos em abastecer seu tanque o tempo todo.
O estresse emocional gerado durante a quarentena fez com que muitas pessoas compensassem as inseguranças e frustações na comida e estabelecendo a relação de merecimento. O pensamento de “hoje o dia foi intenso e vou comer um chocolate ou um pão a mais porque mereço” não é saudável e ainda pode gerar um excesso de peso, que, como falamos antes, com a redução das atividades físicas, é ainda mais difícil de perder. Com isso, até a autoestima pode ficar abalada, principalmente de mulheres. É um círculo vicioso, com tendência ao agravamento.

Dizem que o coração da mulher moderna é sobrecarregado por acúmulo de funções como mãe, esposa, filha, amiga, profissional e ter que estar bonita e feliz, atendendo à pressão de padrões de beleza. Nessa pandemia, somou-se a esse pacote a ansiedade e o cansaço. Como fica a saúde da mulher nesse turbilhão?
A mulher naturalmente costuma ser mais exigida nos diversos papéis que atua na sociedade. É importante que toda mulher faça um check up anual, não por vaidade, mas por autocuidado necessário.
Agora no isolamento é bom começar a pensar em definir hábitos de uma alimentação mais natural, para uma desintoxicação e melhor harmonia do funcionamento do corpo. Além disso, manter-se ativa vai garantir uma outra qualidade de vida, caso contrário a perda de massa muscular pode gerar flacidez, fraqueza, sobrepeso e torna seu organismo mais vulnerável a infecções. Busque alguns minutos para fazer algum exercício físico, de repente até convidando o marido ou filhos para participar.
Isso é o que chamamos de medicina preventiva, que atua na base fisiológica da paciente e foca na promoção da saúde, e não apenas trata doenças.

Junto com a pandemia de Covid-19, parece que acompanhamos também uma epidemia de problemas emocionais. Por que isso, Dr. João?
Uma doença nova sobre a qual não temos muitas informações, um futuro incerto, ficar recluso, não ter a companhia de pessoas queridas, não poder sair para arejar a cabeça, preocupações com a redução da renda familiar, home office... Todos esses são fatores para aumento do estresse e ansiedade.
A saúde mental é outro importante do nosso equilíbrio. Para enfrentar momentos difíceis, vale o recurso que mais te fizer bem e te ajudar a reencontrar seu centro emocional, como terapia, meditação, religião, ou até mesmo o simples gesto de ter mais pensamentos positivos.

Então o segredo é cuidar tanto do corpo quanto da mente?
Cuidar do corpo é fundamental. É o que vai nos deixar fortes imunologicamente. Para isso, não há mistério: uma alimentação mais natural (que é mais nutritiva e até mais barata que a industrializada) e praticar exercícios (que podem ser simples e feitos em casa, como prancha, funcional e pular corda).
Nossa saúde é a construção de toda uma vida. Um infarto, por exemplo, é o clímax de um problema cardiovascular, mas há outros fatores por trás e pode ter um gatilho emocional. Por isso é importante cuidar também da mente. Precisamos repensar e reavaliar hábitos e relações possivelmente tóxicos. A vida são escolhas diárias e fica mais leve se temos uma frequência vibracional alta, como a positividade, que pode até tornar o corpo mais resistente a doenças.