
- Quando entrei na faculdade, tinha muito mais homem que mulher. A matemática, as ciências exatas, de maneira geral, ainda são um campo bem masculino. Embora tenha encontrado mulheres geniais em meu campo de atuação, o mercado de trabalho ainda fecha algumas portas para elas. Toda vez que eu assumia uma área nova, gerenciando algo que não era minha expertise, era questionada: será que você vai dar conta? – destaca Thereza Moreno.
Ao longo da trajetória na carreira, a executiva relata que já ouviu frases do tipo “você é a única mulher aqui, então finja que é homem”. Nesses episódios ela sempre reforçava que era mulher e que estava ali porque era uma exigência da minha carreira. Ela explica que um maiores desafios é sempre a discriminação.
- Passei por discriminações ao longo da carreira de viés inconsciente, de que se fala muito atualmente. Escutava, respirava fundo e focava no trabalho. O preconceito existe e eu, além de ser mulher, sou negra e senti o preconceito nessas duas pontas, sem dúvida, mas eu tentava olhar para o lado positivo. Fiz isso minha vida toda e adquiri mais conhecimento, que é a grande chave para enfrentar a discriminação – lembra.
Hoje ela faz uma reflexão permanente sobre a construção das carreiras femininas e é membro do Comitê de Diversidade na seguradora, que tem como objetivo fortalecer e dar visibilidade cada vez mais ao tema. O grupo se reúne quinzenalmente para pensar em ações e projetos que englobem cinco pilares: Gênero, Pessoas com deficiência, LGBTI+, Gerações e Raça/Etnia.