DJ Ivis foi preso pelas agressões à ex-mulher Pamela HollandaReprodução internet

Mais um caso de violência contra a mulher deixou o país chocado. A ex-mulher do DJ Ivis, Pamela Hollanda divulgou vídeos em que o artista aparece a agredindo com tapas, socos e chutes. As cenas acontecem na presença da filha do casal, um bebê de 9 meses. Pâmela também publicou fotos em suas redes sociais, onde aparece com o rosto sangrando e muito machucado por causa das agressões. O DJ foi preso nesta quarta-feira (14/07). 
O DJ estava no auge do sucesso e tinha várias músicas entre as mais tocadas. Mas com a exposição do caso, grandes plataformas como Spotify e a Deezer anunciaram que vão retirar as músicas de Ivis de suas playlists. Várias rádios também já avisaram que vão retirar as músicas do artista de suas programações. Além disso, famosos do mundo da música como Latino e Xand Avião também já cancelaram contratos e parcerias com o DJ.
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Apesar de toda a repercussão, o artista agressor ganhou milhares de seguidores nas redes sociais e isso gerou muita revolta. Uma mobilização na internet pede que as pessoas deixem de seguir o agressor e vários artistas se manifestaram em repúdio.
Este caso é diferente dos outros? Enquanto você está lendo este texto, várias mulheres estão sendo agredidas. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) mostram que só em 2020, mais de 70 mil mulheres sofreram algum tipo de violência no Estado do Rio de Janeiro.
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Com a pandemia esses casos aumentaram. A advogada e influenciadora Lívia Sampaio explica como identificar e ressalta os casos de relacionamento abusivo e diversos tipos de violência contra a mulher.
- A rotina diária de milhões de pessoas sofreu grandes mudanças com a chegada da pandemia. Alguns casais passavam pouco tempo juntos; por isso, as brigas que aconteciam eram consideradas normais. Para aquelas que já viviam um relacionamento abusivo, houve um agravamento e a violência praticada passou a ser muito mais frequente. As mulheres que estão em casa com seus abusadores na pandemia se sentem encurraladas - explicou a advogada.
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O que é um relacionamento abusivo?
Em um relacionamento abusivo, existe pelo menos um tipo de violência, entre elas a verbal, moral, psicológica, física, sexual e patrimonial. Para analisar se o relacionamento é abusivo ou não, deve-se levar em consideração fatores como o sofrimento causado na vítima, a frequência dos abusos, os ciclos de agressão e até mesmo a proporção que a violência toma com o passar do tempo.
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Mesmo de forma sutil e mexendo apenas com o psicológico da vítima, o abusador é capaz de deixar marcas permanentes na saúde mental da mulher. Ao controlar a vítima, o agressor manipula a percepção que ela tem sobre si, distorcendo seu senso de realidade, além de criar esperança nela de que o parceiro mude e os abusos acabem.
Como sair de um relacionamento abusivo?
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Não é fácil se desprender de um relacionamento abusivo. Por isso, em alguns casos, há a intervenção de uma pessoa de fora da relação, como uma amiga ou vizinha que nota os sinais típicos de agressão. O apoio especializado é fundamental. A busca por um psicólogo auxilia, inclusive, que a vítima identifique o problema, supere possíveis traumas e possa reconstruir sua vida.
Também é essencial que os parentes e amigos não julguem a vítima de maneira alguma, seja pelas agressões, seja por uma eventual procura tardia por ajuda. Para apoiar uma mulher que passa por isso, em primeiro lugar deve-se acolher, criar um espaço seguro para ela. Em segundo lugar mostrar que ela está sofrendo constante agressão e é vítima, não culpada.
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Quais leis e ações protegem as mulheres nesse momento sensível?
Entre as principais maneiras de denunciar esses casos formalmente estão: o serviço do Disque Denúncia (180), que é gratuito, funciona em todo o Brasil e preserva o anonimato. Temos também as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher. Nestes locais, a vítima poderá fazer um boletim de ocorrência contra o agressor e receber orientações. E para situações de emergência, a orientação é ligar para a polícia (190).
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Para levar o caso à Justiça, existem leis que foram criadas para proteger as mulheres vítimas de violência. A Lei Maria da Penha, criada em 2006, é uma conquista para as mulheres brasileiras e narra cinco espécies de violência doméstica: a física, patrimonial, sexual, moral e psicológica, que também podem estar presentes em um relacionamento abusivo.