Elaine recebeu órgão de Lilian (à direita), que tratava um quadro grave de depressão. Ela precisou perder 30 quilos antes de passar pela cirurgia que salvou a irmãReprodução

Olá, meninas!
No 'Mulherão' de hoje, trago a história de duas irmãs de Belo Horizonte (MG) para nos inspirar a praticar o bem e nunca desistir. Lilian Cristina (41), enfrentava uma depressão há oito anos quando em 2017, sua irmã, Elaine Batista (46), descobriu uma doença rara. Durante esse período, a caçula da família passava por problemas psiquiátricos graves, entre eles, o desejo de tirar a própria vida. Levou um tempo até que Lilian buscasse ajuda profissional. Entre tratamentos e medicações, a fé também foi um alento para que ela saísse dessa situação e ajudasse na recuperação da irmã mais velha que precisava de um novo rim.
Lilian conta que no início relutou em procurar um médico. Foi um longo processo até ela entender a necessidade de receber acompanhamento. "Já estava com uma depressão severa. Passei por muitas medicações. Meu organismo tinha dificuldade em aceitar alguns remédios. Sofri muito. Tentei tirar minha vida, mas Deus me motivou a sair enfrentar tudo isso".
Elaine havia sido diagnosticada com síndrome de Goodpasture, doença autoimune que destrói os tecidos dos pulmões e dos rins, e pode levar à morte em poucos dias. O tratamento não surtiu o efeito esperado e à medida que os médicos descartavam as chances de outras irmãs serem doadoras do órgão, Lilian tinha mais certeza que seria ela a responsável por salvar a vida de Elaine. Mas para isso, ela precisava se recuperar da depressão e perder peso, uma exigência médica para a realização do transplante, caso houvesse compatibilidade.
Era uma corrida contra o tempo. Os rins de Elaine estavam muito acometidos e em pouco tempo pararam de funcionar. O tratamento com hemodiálise  durou um ano e meio, tempo suficiente para que Lilian perdesse os 30 quilos necessários para a doação de rim. Foi neste mesmo período que ela superou a depressão.
Já Elaine conta que esteve "muito próxima da morte" e que sobreviveu "graças a Deus, aos médicos, ao tratamento de hemodiálise, ao apoio da família" e, claro, "à irmã". "Ela venceu a depressão, se esforçou ao máximo para emagrecer e ter condições de fazer a cirurgia. Não foi fácil. Ela teve um choque anafilático durante a cirurgia".
O procedimento foi um sucesso. Elaine conta que já saiu do hospital se sentindo muito bem. "Hoje levo uma vida normal. Vou ao médico de três em três meses, tomo regularmente os remédios necessários, mas tenho minha saúde em dia. Não tenho pressão alta, nenhum descontrole da glicose. E minha irmã também não voltou ao sobrepeso e nem à depressão. Hoje, temos qualidade de vida. Sou muito grata por essa segunda oportunidade de viver. A nossa história é de muita superação. Hoje, estamos curadas. Foi uma grande vitória. Transplante é vida e todas as pessoas poderiam se posicionar como possíveis doadoras".