Um fato causou uma verdadeira reviravolta na internet esta semana. Uma cena do filme “Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola”, de 2017, produzido por Danilo Gentili e protagonizado pelo humorista Fábio Porchat, viralizou nas redes sociais contendo supostas cenas de abusos sexuais contra dois adolescentes. O trecho satiriza a parte em que o personagem de Porchat pede para ser masturbado pelos meninos. O filme está no catálogo da plataforma Netflix.
Autoridades, internautas e famosos comentaram o caso e uma grande mobilização tomou conta dos posts e publicações. O Ministério da Justiça alterou a classificação indicativa do filme, que é de 14 anos, e solicitou a sua retirada das plataformas de streaming.
Militante contra abusos sexuais sofridos por crianças e adolescentes, a escritora Maura de Oliveira, há mais de 30 anos atua pela causa no RJ, destacou em sua página nas redes sociais: “Inaceitável”, “Não podemos naturalizar o abuso sexual contra nossas crianças e adolescentes”.
O ator Fábio Porchat se defendeu. “Vamos lá: como funciona um filme de ficção? Alguém escreve um roteiro e pessoas são contratadas para atuarem nesse filme. Geralmente o filme tem o mocinho e o vilão. O vilão é um personagem mau. Que faz coisas horríveis. O vilão pode ser um nazista, um racista, um pedófilo, um agressor, pode matar e torturar pessoas”, disse o humorista.
O fato levantou mais uma vez a bandeira da luta contra a pedofilia. Esse é um tema muito triste e absurdo. Dados revelados pelo Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, levantamento feito pelo UNICEF e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual no Brasil, uma média de 45 mil por ano. Abuso sexual contra crianças e adolescentes é crime! Qualquer pessoa pode e deve denunciar! E são inúmeros os canais para relatar um abuso e pedir ajuda: Disque 100 / Disque denúncia (região metropolitana do RJ) - (21) 2253 1177 / Disque denúncia (demais regiões) - 0300 253 1177. Ou também é possível ligar para o Conselho Tutelar da região. Não se calem! Nossas crianças precisam de proteção e apoio.
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