Na última segunda-feira, dia 8 de agosto, comemoramos o Dia de Combate ao Colesterol, data criada para a conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares. Mas quando falamos em excesso de gordura nos alimentos, são muitas as dúvidas envolvidas. Além disso, muitas pessoas desconhecem sua própria taxa de colesterol. De acordo com o Ministério da Saúde, quatro em cada dez adultos apresentam o nível de colesterol elevado, o equivalente a cerca de 18,4 milhões de pessoas que correm o risco de ter algum problema agudo a qualquer momento.
Existem vários subtipos de colesterol. O LDL (lipoproteína de baixa densidade, conhecido como mau colesterol) é depositado nas paredes das artérias, levando ao processo de aterogênese (formação de placas). Já o tipo HDL (lipoproteína de alta densidade, conhecido como bom colesterol), apresenta fator protetor, tendo uma correlação indireta com as doenças cardiovasculares (quanto maior seu nível, menor o risco).
“Cerca de 70% do colesterol é sintetizado pelo organismo, enquanto 30% é proveniente da alimentação. Com isso, muitas vezes, mesmo indivíduos que têm uma alimentação balanceada, podem ter níveis elevados de colesterol por questões genéticas”, afirma a endocrinologista Claudia Chang.
Quando o colesterol se torna uma ameaça à saúde? Um dos perigos do colesterol alto está relacionado a doenças cardiovasculares, como a hipercolesterolemia (aumento da concentração de colesterol no sangue), que aumenta o risco de aterosclerose, causada pelo excesso de gordura na corrente sanguínea, e, consequentemente, doenças nas artérias coronárias.
Use a gordura como aliada da saúde Há diversos fatores que promovem o colesterol alto. Alguns são modificáveis, pois estão relacionados ao estilo de vida pessoal, como dieta inadequada, obesidade e sedentarismo. Outros, são inerentes e imodificáveis, como o fator genético. Atitudes simples auxiliam na prevenção do aumento do colesterol, assim como na redução, a começar pela adoção de atividade física regular e manter o bom senso na alimentação.
“Vale lembrar que, pelo fato de não manifestar sintomas, o colesterol alto só pode ser identificado por meio de exames de sangue, que mostram os níveis do HDL, LDL e triglicérides. Por isso, é fundamental realizar check-ups anualmente a partir dos 30 anos, ou, dependendo do histórico familiar e de doenças pré-existentes, fazer estas avaliações a cada seis meses”, finaliza Claudia Chang.
Há três grupos de gorduras que consumimos no cotidiano: insaturadas, saturadas e trans:
Gorduras insaturadas - Estas são as mais saudáveis, pois atuam na redução do colesterol ruim (LDL), são ricas em ácidos graxos essenciais (ômega-3 e ômega-6), possuem ação anti-inflamatória, combatendo inflamações causadas por agentes externos (como vírus e bactérias) e causadas por maus hábitos de vida. Por isso, essa gordura é conhecida como aliada do sistema imunológico. São obtidas principalmente em alimentos de origem vegetal e em alguns peixes. Exemplos: azeitonas, as oleaginosas (castanha-do-pará, amêndoas, macadâmia, nozes, castanha de caju), sementes de linhaça, chia, coco, abacate, sardinha, salmão, atum e nos óleos vegetais (soja, canola, azeite).
Gorduras saturadas - Estas são encontradas em alimentos de origem animal. Apesar de serem essenciais na produção de hormônios, elas se depositam nos vasos sanguíneos, formando placas, aumentando os níveis de colesterol ruim (LDL) e os riscos de doenças cardiovasculares. Por isso, seu consumo deve ser moderado. Estão presentes em todos os tipos de carnes, mas com maior concentração nas vermelhas e na pele de aves. Também se encontram em alimentos como bacon, creme de leite, ovos, queijo, manteiga e iogurte.
Gorduras trans - Os alimentos com gorduras trans são os mais prejudiciais. Por serem industrializados, passam por técnicas e processamentos químicos com alta quantidade de sódio, açúcar, gorduras hidrogenadas, corantes, conservantes e outras substâncias que realçam o sabor e os tornam mais atrativos ao paladar. No entanto, o prazer de consumi-los tem um preço alto: são alimentos pobres em nutrientes essenciais como vitaminas, sais minerais, água e fibras, além de aumentarem os níveis de colesterol ruim (LDL) e desenvolverem hipertensão arterial, doenças cardíacas e AVC. A partir de 2023, alimentos com gorduras trans não poderão mais ser vendidos no Brasil. Na lista, estão incluídos enlatados, embutidos, congelados, sorvetes, preparações instantâneas, refrigerantes, salgadinhos, frituras, doces, gelatinas industrializadas, refrescos em pó, temperos prontos, margarinas, iogurtes industrializados, bolachas recheadas, achocolatados, entre outros.
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