A pajé Mapulu KamayuráReprodução internet

Celebrado nesta terça-feira, 9 de agosto, o Dia Internacional dos Povos Indígenas é dedicado a homenagear, reconhecer as tradições e promover a conscientização sobre a inclusão desses povos. Criada pela ONU, a data também alerta sobre direitos e reafirma garantias previstas na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Para homenagear o povo indígena, hoje vamos destacar um pouco da história de Mapulu Kamayurá, natural do Alto Xingu, no Mato Grosso, a primeira mulher pajé da tribo Kamayurá, uma entidade muito respeitada pelo seu povo. A indígena já recebeu o prêmio de Direitos Humanos, em 2018, por seu trabalho voltado à saúde nas aldeias, principalmente com as mulheres. Forte, curandeira, detentora da sabedoria da sua tribo, Mapulu é mais uma prova de que uma mulher pode ser o que ela quiser.
Filha de Takumã e Kurimatá, de uma tradicional família dos Kamayurá. Mapulu começou a se tornar pajé aos 15 anos. Nessa época, ela ficou muito doente e passou meses em tratamento, deitada em redes, e esse foi um marco para o seu destino. Durante 7 anos foi treinada por seu pai para se tornar pajé. Na época, a ainda jovem, chegou a ficar cinco dias sem comer, ver e escutar, apenas fumando para adormecer e encontrar seu mama (o espírito-guia dos pajés).
Mais do que uma simples curandeira. A pajé é símbolo de articulação e empoderamento feminino entre as indígenas. Se tornou referência do seu povo na busca para resolver os males do corpo e da alma e tem uma ação efetiva na busca pelo fortalecimento das mulheres. Tanto, que sua atuação foi reconhecida pelo Ministério dos Direitos Humanos, quando recebeu, em 2018, um dos prêmios Direitos Humanos 2018. Maupulu também é uma das organizadoras da “festa Yamaricumã”, uma tradicional celebração, exclusiva das mulheres, onde elas se transformam em guerreiras e também da “festa do Uluri”, ritual de formação de lideranças femininas das tribos.
Orgulho e inspiração são os sentimentos que nos envolvem ao conhecer um pouco sobre a vida dessa mulher. Um verdadeiro mulherão, que ultrapassa os limites da sociedade como conhecemos e que desenvolve um trabalho incrível. Símbolo do protagonismo assumido pelas mulheres em diversas aldeias do país, Mapulu merece todo o nosso respeito e admiração.