Como lidar com os filhos adolescentes?Reprodução

Olá, meninas!
Modificação corporal, tom de voz diferente, amigos falando sobre namoro, o desejo de fazer atividades sem os pais. Isso só para começar a listar algumas das mudanças que atropelam os pré-adolescentes. Rebeldia, explosões e alterações de comportamento são sinais de alerta. Nossas eternas crianças não estão preparadas para tantas novidades ao mesmo tempo. E se eles não estão preparados, imaginem os pais? Esta é uma fase muito difícil e muitas famílias não sabem como lidar com ela. Para ajudar neste processo, a neuropsicóloga Aline Gomes deixou dicas importantes.
- Por mais que os pais já tenham sido adolescentes, estar do outro lado do muro é diferente. Um bom começo para os pais é se conectar com os medos, anseios e alegrias de quando viveram essa época. Voltar a este lugar e se colocar no lugar do filho adolescente pode ajudar a enfrentar a situação. Uma outra proposta que recomendo fortemente é estudar sobre o assunto. Isso mesmo: quando não sabemos sobre algo, estudamos. Livros, vídeos, podcasts, filmes, workshops. Vale tudo! – destaca a neuropsicóloga.
Nesta fase é muito normal que o adolescente fique mais introspectivo, isolado. É comum o jovem desejar ficar mais afastado dos pais e às vezes, até dos amigos e da vida social. Podem existir várias razões. Mas segundo a especialista, a postura da família deve ser de diálogo e acolhimento.
- Oprimir o adolescente a se comportar diferente não vai ajudar. Ele pode obedecer inicialmente aos comandos de socialização, mas depois desenvolver uma irritabilidade ou se rebelar de imediato e travar uma batalha maior. Claro que o jovem não pode fazer tudo que tiver vontade, desrespeitando valores e regras. Eles precisam de limites. Mas é importante que os pais sejam firmes. Minha orientação é que conversem e relembrem os valores da família. Respeitem alguns momentos de isolamento e fiquem atentos. Limites são sempre bem-vindos e necessários. Porém, sempre com respeito e amor – explica Aline.
Confiram as dicas da neuropsicóloga:
- Não forçar situações. Dar liberdade, entender o momento, mas avaliar quando ele precisa respeitar a decisão da família. Por exemplo: pode abrir mão da presença do filho na festa da priminha de 3 anos; porém, ir ao aniversário da avó de 80 anos não deve ser contestado.
- O que deve ser sempre considerado é se o filho passa mais tempo trancado no quarto, com declínio significativo na vida social e você pouco sabe o que ele faz dentro do quarto.
- Observar mudanças significativas de comportamento. Ficar atento na forma como essas mudanças vão impactar na vida de seu filho. Fique atento às notas, por exemplo. O jovem sempre teve um padrão e de repente o rendimento escolar sofreu declínio? Procure entender o que vem afetando sua performance acadêmica.
- Sua filha está com novas amigas? Conheça-as. Chame para passar uma tarde na sua casa; acompanhe o grupo até o shopping; crie um campeonato de jogos na sala da sua casa para você passar um tempo com a galerinha.
- Preste atenção em uma mudança significativa de peso. O corpo vai passar por transformações e isso pode interferir em sua estrutura. Contudo, ganho ou perda de quilos consideráveis podem indicar algo que precise ser olhado. A depressão, ansiedade crônica e transtornos alimentares são alguns dos quadros que se alinham às mudanças que se refletem no espelho e na balança.
- Para preservar que seu filho mantenha a confiança em você, reforce o diálogo com ele. Principalmente sobre a comunicação dos sentidos: veja seu filho; ouça-o sem ter urgência em colocar as suas palavras; abrace-o verdadeiramente; expresse, sem usar a sua voz, que você o aceita como ele é. Seja seu porto seguro neste momento tão confuso que ele está iniciando. Enfim, crie conexão.