A empresária Raquel Manes, criadora da loja Locando EmoçõesReprodução
No aniversário de 1 ano da minha filha tive uma experiência frustrante com a decoração da festa dela e descobri uma possibilidade de empreender. Eu já era formada em designer de interiores e comecei a decorar festas nos finais de semana. Já estava há um ano fazendo isso e percebi que seria inovador abrir uma loja de locação de itens de festa e decoração, para atender clientes e decoradoras. Percebi que faltava agilidade e praticidade nessa área, pois não existia essa facilidade em alugar peças e produtos, era tudo muito amador ou burocrático. Não tinha acesso e nem facilidade para atender mães e noivas que eram reféns da falta desse acervo. Além disso, eu queria ter a liberdade para ficar mais tempo com minha filha, estava cansada da rotina de viagens no mundo corporativo. Conversei com meu marido, decidimos vender nosso apartamento e investir parte dele no negócio. Uma decisão ousada. Entendo que empreendedorismo é ter a coragem necessária para fazer isso. Não é só ter o perfil, mas ter coragem também para mudar a sua própria trajetória. O carioca ama celebrar a vida, fazer festas e o meu serviço teve esse diferencial, se tornou importante para quem desejava economizar e ter facilidade. Hoje, lojas de outros estados me procuram para consultoria nesse ramo.
Apesar de todo o sucesso da loja, atravessamos esse período de pandemia . o setor de festas e eventos foi muito prejudicado, o primeiro a parar e o último a retomar as atividades. Então, se não tivéssemos uma loja muito sólida e isso faz toda a diferença. Você tem que construir uma história de credibilidade. Além disso, ser empreendedora é solucionar problemas, o cliente sempre vai precisar resolver problemas, vai muito além de atender o desejo dos clientes. Felizmente após a pandemia conseguimos ampliar a loja e permanecer no mercado
Antes de ser empreendedora, se olhe como mulher. Você sempre precisa ser a sua prioridade. Se você não busca um oxigênio suficiente para sua vida, você não vai conseguir ajudar ninguém, nem mesmo a sua família e nem o seu negócio. Tem que buscar o equilíbrio. Se a sua vida vai bem tudo vai dar certo. Se você está bem, isso vai refletir no seu negócio. E assim a roda gira. Isso passa por autoestima, por se amar. Você mulher, empreendedora, mãe, esposa, você é a sua prioridade. Esteja certa de que você é mulher de coragem e de fibra, que está no controle do seu barco, só então as pessoas vão navegar com você. Eu falo isso com propriedade e durante a pandemia eu também estava em casa e decidi ajudar outras mulheres empreendedoras. Quando as lojas fecharam, muitas amigas fecharam seus negócios e me pediram ajuda. Eu falei das ações digitais que estava fazendo, dei orientação. Ajudei mais de 100 empreendedoras na pandemia, mas no final percebi que não se tratava só de estratégia e de comunicação com seu púbico, mas sim do posicionamento daquela mulher na sua comunidade, na sociedade. Como ela se posicionava como uma mulher. Tínhamos encontros on-lines, ensinando mulheres a se enxergarem como empresárias e como donas dos seus negócios. Sou grata a Deus. Na vida sempre teremos desafios e oportunidades, toda crise vem assim e você escolhe se vive com os desafios ou se pega eles e transforma em oportunidades.
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