Defensoria Pública faz mutirão para formalização de terreiros em Duque de CaxiasDivulgação

Duque de Caxias - Na última semana, a Biblioteca Municipal Governador Leonel de Moura Brizola recebeu um mutirão para formalização jurídica de terreiros do município de Duque de Caxias. O projeto piloto foi realizado pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e das lideranças de matriz africana.

Líderes religiosos compareceram à Biblioteca e receberam auxílio jurídico para regularização das Casas de Santo e obtenção de CNPJ.

Thaís Lima, Defensora Pública do 4ª Núcleo Regional de Tutela Coletiva, falou sobre a importância dessa ação para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial: “a gente não consegue isso se não promover e garantir os direitos das religiões de matriz africana. Porque um terreiro é muito mais que uma religião: o terreiro é uma cultura, o terreiro é conhecimento que historicamente foi apagado. Então, faz parte do papel da Defensoria Pública também garantir os direitos dos povos de terreiros”, declarou.
Defensoria Pública faz mutirão para formalização de terreiros em Duque de Caxias - Divulgação
Defensoria Pública faz mutirão para formalização de terreiros em Duque de CaxiasDivulgação


A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Duque de Caxias também fez parte da ação, realizando o mapeamento com georreferenciamento dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana e de terreiros da cidade.

Esse reconhecimento vai servir como uma importante ferramenta para elaboração de políticas públicas e ações de combate à intolerância religiosa. O mapeamento está sendo feito por meio do site: https://smct.duquedecaxias.rj.gov.br/gestao e deve ser preenchido pelo líder religioso ou representante do terreiro no município.

A chefe de Gabinete da secretaria, Joice Marques, comentou o papel da Secretaria nessa ação: "a Secretaria de Cultura nada mais é que um instrumento para que se reconheça a contribuição cultural dessa ancestralidade de matriz africana dentro da nossa cultura, dentro da nossa existência. A Secretaria tem um papel fundamental nessa proteção, nesse formato de educação, para que as pessoas se conscientizem”.

O evento ainda contou com uma roda de conversa onde foram debatidas não só as formas de enfrentamento ao racismo religioso, mas também a importância de se regularizar as entidades religiosas. Além de Thaís Lima e Joice Marques, participaram do debate Bárbara Correia, da Race & Equality Institute; Arthur de Araújo, da Marcha dos Povos de Matriz Africana de Duque de Caxias; Luiz Tranquilino da Silva, do Conselho Regional de Contabilidade; Luana Guimarães, Presidente do COMDEDINEPIR de Duque de Caxias e Julia Paula Moraes, da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos e da DEMPPIRD de Duque de Caxias.