Feira Rio Artes Manuais acontece entre os dias 21 e 25 de março, na Cidade Nova - Divulgação
Feira Rio Artes Manuais acontece entre os dias 21 e 25 de março, na Cidade NovaDivulgação
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Rio - As aulas de artesanato foram uma das ações de reabilitação de Sandra Silveira, que perdeu a visão do olho direito há quatro anos devido a um glaucoma. O que surgiu como terapia aos poucos se torna uma fonte de renda. "As pessoas acham os meus trabalhos bonitos e querem comprar", diz a artesã, que faz toalhas e enfeites de crochê. Depois de ficar impossibilitada de trabalhar como agente comunitária de saúde, profissão que exerceu por 16 anos, ela encontrou na nova atividade uma forma de complementar a aposentadoria. Novas histórias de superação como a de Sandra podem ter início na 12ª edição da feira Rio Artes Manuais, que acontece entre os dias 21 e 25 de março, no Centro do Rio. Com o tema 'Arte para todos', o evento terá uma série de oficinas de artesanato para a capacitação de pessoas com deficiência.

"Queremos mostrar que a atividade é acessível a qualquer pessoa e pode ser um caminho de ação empreendedora, uma forma de a pessoa com deficiência se colocar no mercado de trabalho", diz Roberto Santos, diretor-geral da Rio Artes Manuais, feira promovida pelas lojas Caçula.

O evento será no Centro de Convenções SulAmérica e terá 50 stands dos principais produtores de materiais para artesanato. Em cada um deles, haverá aulas demonstrativas e oficinas, com inscrições feitas na hora. "As aulas serão no modelo 'faça e leve'. O participante recebe o material gratuitamente, produz a peça e leva para casa", diz Roberto Santos.

Ele explica que qualquer artesão pode participar das aulas, e não apenas pessoas com deficiência física ou intelectual. Nas oficinas dos stands dos fabricantes, podem participar artesões com deficiências leves. Já o espaço da Subsecretaria da Pessoa com Deficiência, da Prefeitura do Rio, está aberto inclusive a cegos e autistas. "As pessoas vão percebendo que têm habilidades, que podem ir além e vão se aprimorando na técnica, o que amplia o público para as vendas", diz Flávia Rocha, que coordena as oficinas da prefeitura.

Foi o que aconteceu com Sandra, citada no começo da matéria. "Nunca imaginei que poderia desenvolver um trabalho artístico. Com o artesanato, voltei a me sentir capaz e descobri um talento. Achei que não conseguiria nem mesmo usar o telefone. E agora posso atendê-lo e dar até entrevista", brinca a artesã do outro lado da linha.

Benefícios para o artesão
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Na Rio Artes Manuais, haverá um stand da Secretaria de Estado de Turismo para o cadastramento de profissionais no Programa do Artesanato Brasileiro. Segundo Nea Mariozz, subsecretária adjunta de Turismo e coordenadora do Programa de Artesanato do Estado do Rio, o registro dá direito à carteira de identificação do artesão, ocupação que foi reconhecida em 2015 com a lei federal 13.180.
"Os artesãos cadastrados são convidados a participar de feiras e a ter seus produtos expostos em lojas oficiais do governo. Com a carteirinha, ainda é possível obter descontos em lojas na compra de material", diz Nea.
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Para se cadastrar, é necessário preencher ficha no site programadeartesanato.rj.gov.br e levar três peças para o evento. Duas prontas e outra inacabada, para ser feita na hora.
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Campanha arrecada sapatinhos para maternidades
A 12ª edição da Rio Artes Manuais lança a campanha 'Sapatinhos do bem'. Segundo Roberto Santos, diretor-geral do evento, a proposta é doar mais de 4 mil sapatinhos de crochê às maternidades da Prefeitura do Rio no mês de maio. A ação, feita em parceria com a Secretaria municipal de Saúde, foi lançada nas redes sociais, como #sapatinhosdobem.
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Nesta semana, será publicado um vídeo no canal Rio Artes Manuais, no YouTube, com o passo a passo para a produção do sapatinho. "A campanha começa antes da feira e vai até abril. Com apoio da primeira-dama Sylvia Jane Crivella, faremos a entrega para as mães que tiverem filhos nas maternidades públicas da cidade no mês de maio, o mês das mulheres", explica Santos.
Os sapatinhos serão arrecadados em dois stands, onde haverá oficinas para a produção dos calçados infantis. A expectativa é que sejam feitos 300 sapatinhos em cada dia de evento. "Já sabemos que há caravanas produzindo para entregar na feira. Mas, a partir do vídeo no YouTube, qualquer um pode se animar e contribuir também", diz Santos.
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