Veja as orientações de especialistas sobre o que é permitido e o que é proibido no ambiente de trabalho durante os jogos da Copa do Mundo - Arte: Kiko
Veja as orientações de especialistas sobre o que é permitido e o que é proibido no ambiente de trabalho durante os jogos da Copa do MundoArte: Kiko
Por Bernardo Costa

Rio - É inevitável: os jogos da Copa do Mundo da Rússia provocam alterações na rotina das empresas. Mas o clima descontraído que toma conta do ambiente de trabalho, especialmente quando a seleção brasileira está em campo, pode abrir espaço para comportamentos inadequados. Caso o funcionário não consiga controlar as emoções e impulsos, ele pode acabar com a imagem prejudicada na companhia, alertam especialistas. Isso costuma acontecer quando o lado torcedor se torna nocivo para a imagem do profissional.

Márcio Cruz é analista de sistemas em uma empresa de telecomunicações. Apaixonado por futebol, ele se interessa por todos as partidas do Mundial. Mas tem tomado cuidado para não extrapolar na resenha com os colegas. "O meu entusiasmo pelo esporte aflora na competição. Eu procuro me policiar nos comentários esportivos, principalmente em relação ao tom de voz. Quando sinto que está demais e que está atrapalhando algum colega, procuro me afastar", revela Márcio, que confere as notícias dos jogos sempre que há um intervalo em meio ao expediente.

Para a consultora de carreira Allessandra Canuto, a atitude adotada por Márcio durante a competição é acertada. "Se não for permitido parar no jogo do Brasil, o funcionário deve encontrar maneiras de suprir a necessidade de se informar sem que isso o prejudique. Uma das dicas é intensificar o planejamento da rotina", recomenda Allessandra, da AlleaoLado, que atua na gestão de conflitos nas empresas.

Sem tirar os olhos das mesas

É o que tem feito o garçom Rafael Dionísio, que trabalha no restaurante Conexão Mandacaru, na Feira de São Cristóvão. Enquanto os jogos rolam na TV, ele não pode desviar a atenção das mesas. Além das partidas, há um fator a mais que pode desconcentrá-lo: ele não para de receber mensagens com atualizações dos resultados dos jogos em um grupo de WhatsApp, criado para monitorar o bolão entre os colegas. "Fico tentado para conferir os resultados. Mas deixo para fazer isso apenas nas pausas para o descanso. Pois, hoje em dia, qualquer deslize pode gerar um comentário negativo nas redes sociais da empresa. Também evito escutar comentários, para não atiçar a curiosidade", explica o garçom.

Segundo Carolina Silva, coordenadora de recrutamento e seleção da Luandre, 90% das empresas liberam funcionários ou promovem ações para que todos assistam às partidas juntos, no ambiente de trabalho. Neste caso, Carolina chama atenção para a maneira de se vestir. "É importante procurar saber com o gestor se é permitido usar camisa da seleção brasileira. Caso seja, coloque a blusa apenas na hora do jogo. Em relação às mulheres, evite decote ou maquiagem carregada", orienta.

Nos momentos de comemoração em caso de vitória ou gol da seleção brasileira, um alerta importante. O profissional precisa ficar atento para não ter contato excessivo com colegas. "Se não há espaço para abraços e beijos no dia a dia, não faça isso na hora do jogo. Pode gerar constrangimento", acrescenta Carolina.

Evite assédios e palavrões

Para Wagner Giovanini, especialista em compliance, conjunto de boas práticas nas empresas, há situações que podem até configurar assédio sexual. Ele dá um exemplo hipotético. "Imaginemos que todos estão assistindo ao jogo em pé. Sai um gol do Brasil e um funcionário abraça uma colega por trás. Isso pode gerar uma denúncia de assédio", explica.

Da mesma forma, palavrões e comentários discriminatórios também podem prejudicar o profissional. Assim como a postagem na internet de vídeos gravados no ambiente da empresa com brincadeiras desagradáveis. "Mesmo o vídeo positivo pode ser prejudicial se para a empresa for importante que o ambiente de trabalho seja confidencial", alerta Allessandra Canuto.

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